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UNE completa 83 anos e políticos do Amazonas fazem balanço da luta estudantil
Atualmente, movimento busca reaproximação com juventude para luta estudantil (Reprodução/Agência Brasil)
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11 de agosto de 2020
Mencius Melo – da Revista Cenarium
MANAUS – Após completar 83 anos de fundação nesta terça-feira, 11, a União Nacional do Estudantes (UNE) ainda luta para se manter como a entidade que congrega as lutas e bandeiras do Movimento Estudantil (ME) brasileiro desde 1937. Com históricos momentos, como a trágica interdição e destruição de sede, durante o nefasto regime militar e a gloriosa luta pela redemocratização do país, no movimento das “Diretas Já!” de 1984.
No Amazonas, inúmeros políticos possuem origem nas lutas do Movimento Estudantil. Uma das descendentes da UNE, deputada estadual Alessandra Câmpelo (MDB), comenta à REVISTA CENARIUM histórias da militância na Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
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“O momento em que participei do movimento estudantil foi importantíssimo para o meu crescimento político. Porque eu lutei por coisas e causas coletivas”, recordou Alessandra, que foi vice presidente da Organização estudantil na região norte entre os anos de 1997 a 1999, durante a gestão de Gustavo Capelli.
Lutas populares
Ainda segundo ela, isso foi fundamental para o seu entendimento de mundo da luta de classes. “Lutamos muito pela ‘meia-passagem’ para os estudantes. Lembro que na época, eu não usava ônibus porque eu tinha um carrinho popular, mas ali aprendi que o bem coletivo era importante, e que esa causa era por todos”, recordou com carinho.
Apesar da data festiva, Alessandra faz uma reflexão. “Acredito que a UNE precisa se conectar com essa nova juventude. Entendo que as lutas que participei há 25 anos, não são mais as mesmas lutas de hoje. Essa nova juventude precisa ser ouvida, entendida e representada”, avaliou.
União de lutas
Outro que também possui origens no ME, o deputado federal Marcelo Ramos (PL), avalia que a história da UNE se funde com a história do povo brasileiro. “É uma entidade que sempre servirá aos interesses do povo brasileiro porque faz parte da nossa história”, declarou.
Dos tempos da militância estudantil nos anos 1990, Marcelo guarda boas recordações. “Lembro com carinho desse período e posso assegurar que ninguém no Amazonas participou de mais congressos da UNE do que eu. Aliás, mesmo depois de formado na faculdade de direito, ainda fui para uns quatro”, contou.
História viva
A UNE foi fundada no Rio de Janeiro (RJ) em 11 de agosto de 1937, na gestão do então getulista Gustavo Capanema, à época ministro da educação. Coube então a Getúlio Vargas, o patronato da entidade recém criada para representar a juventude estudantil do Brasil. O primeiro presidente oficial foi o gaúcho Valdir Ramos Borges.
A sede oficial foi instalada em prédio antigo, na praia do Flamengo, bairro da Zona Sul carioca. Em suas lutas históricas a UNE sempre se posicionou a favor das causas do povo brasileiro.
Libertária, a entidade então presidida por José Serra, se opôs firmemente ao golpe militar de 1964. Não por acaso, foi uma das primeiras instituições a sofrer sob os punhos do regime autoritário, sendo incluída na lista de “clandestinidades” do regime autoritário. Posteriormente, teve a sede interditada e incendiada no ano de 1964.
Já após a redemocratização, a UNE passou a atuar fortemente na campanha da “Diretas Já”. Além das lutas pela meia-entrada para estudantes, entre outras causas populares. Já nos anos 2000, durante o governo do ex-presidente Lula, que a histórica sede no Flamengo começou a ser reconstruída, sob o projeto do arquiteto Oscar Niemeyer e entregue aos legítimos donos: os estudantes do Brasil.
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