‘Usaram de má-fé’, diz indígena da BR-319 sobre atuação de ONG na rodovia


Por: Marcela Leiros

13 de março de 2025
Indígena do Lago do Capanã Grande (Composição: Lucas Oliveira/CENARIUM)
Indígena do Lago do Capanã Grande (Composição: Lucas Oliveira/CENARIUM)

MANAUS (AM) – Lideranças indígenas do Lago Capanã Grande e Baetas, no entorno da BR-319, denunciaram à CENARIUM violações de direitos e ameaças devido à deterioração dos territórios pelo avanço da rodovia, assim como a tentativa de Organizações Não Governamentais (ONGs) de validarem protocolo de consulta junto às comunidades.

As declarações constam na reportagem “Amazônia à venda? BR-319: narrativas, negócios e poder“, publicada nesta semana, e mostram como, de acordo com a denúncia, a organização sem fins lucrativos Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) produziu documento no qual afirmava que os indígenas foram consultados sobre a BR-319 e concordavam com a pavimentação da rodovia com a condicionante da criação de uma reserva extrativista para protegê-los. Os indígenas negam a concordância.

De acordo com a conversa com a população, isso não é verdadeiro, a gente não concorda e a gente não tinha lido esse documento“, disse uma das lideranças indígenas sobre o documento que foi orientado a entregar no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), em Brasília (DF).

Era o contrário do que tão [sic] falando, foi usado de má-fé com ele”, afirmou outra liderança presente no Seminário e Encontro entre Lideranças Indígenas, Pesquisadores e Tomadores de Decisão sobre os Impactos da Rodovia BR-319, realizado na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em 2024. O evento reuniu indígenas e tomadores de decisão para discutir os impactos da obra.

Veja o vídeo:
Liderança denuncia documento do IEB; indígenas discordam de teor (Reprodução)

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