Varredura encontra novos artefatos junto a corpo de homem no STF
Por: Ana Cláudia Leocádio
14 de novembro de 2024
BRASÍLIA – A varredura em torno do corpo do homem que morreu, na noite dessa quarta-feira, 13, após explodir artefatos em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), encontrou explosivos em um cinto, um timer e um extintor adaptado para explodir, que foram devidamente detonados. A informação é do porta-voz da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Major Raphael van der Broocke, em entrevista ao telejornal “Bom Dia DF”, da TV Globo.
O trabalho da Polícia Militar encerrou-se nesta manhã, segundo Broocke, que liberou a área para que as Polícias Civil e Federal possam prosseguir com a perícia e a remoção do corpo. A varredura continua, ainda, na área do estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados, próximo ao local, onde o homem também incendiou um carro com explosivos e fogos de artifício. Já foram ouvidas explosões de artefatos detonados no local.
De acordo com o porta-voz da PMDF, também foram encontrados artefatos similares aos utilizados nas explosões na casa alugada por ele, na cidade-satélite de Ceilândia, mas somente a perícia poderá confirmar essa informação. Por enquanto, os policiais seguem fazendo a varredura no local.
A área da Praça dos Três Poderes segue interditada para pessoas e veículos. O Congresso Nacional e o STF suspenderam expediente até as 12h, podendo avaliar se estendem a suspensão para o dia todo.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, prometeu celeridade para que a Polícia Federal (PF) elucide a motivação das explosões. “As forças federais de segurança pública acompanham atentamente os acontecimentos ocorridos na capital do país, na noite desta quarta-feira, 13, e estão preparadas para assegurar o pleno funcionamento dos Poderes constituídos”, afirmou o ministro em nota.
A PF informou, em nota, que instaurou inquérito para apurar os ataques e acionou o Comando de Operações Táticas (COT), o Grupo de Pronta-Intervenção da Superintendência Regional da instituição no Distrito Federal, peritos e o Grupo Antibombas. Também trabalham no caso as forças de segurança do governo do Distrito Federal (GDF).
Quem é o autor das explosões
O autor das explosões foi identificado como Francisco Wanderley Luiz, 59, morador da cidade de Rio do Sul (SC). Ele também era proprietário do carro que foi explodiu no estacionamento da Câmara dos Deputados, quase simultaneamente ao momento em que ele explodia os artefatos em frente ao Supremo, na Praça dos Três Poderes.
De acordo com informações da polícia, tudo aconteceu por volta das 19h30, quando o homem se aproximou da frente do STF, próximo à estátua da Justiça, e ativou os artefatos explosivos. Um dos vigilantes do Supremo, Nataniel Camelo, relatou, em Boletim de Ocorrência da Polícia Civil, como o homem agiu.
“O indivíduo trazia consigo uma mochila e estava em atitude suspeita em frente à estátua, colocou a mochila no chão, tirou um extintor, tirou uma blusa de dentro da mochila e a lançou contra a estátua. O indivíduo retirou da mochila alguns artefatos e com a aproximação dos seguranças do STF, o indivíduo abriu a camisa os advertiu para não se aproximarem”, diz trecho do BO. Em seguida, “o indivíduo deitou no chão acendeu o último artefato, colocou na cabeça com um travesseiro e aguardou a explosão”, completou.
Em 2020, Francisco Wanderley Luiz foi candidato a vereador pelo PL, mas não se elegeu. Nas redes sociais ele usava o codinome de “Tiu França” e ontem fez diversas publicações fazendo menções a ataques a bombas e contra políticos.