Documento produzido em 2019 elaborado por uma servidora bolsonarista da direção da Fundação Nacional do Índio (Funai), em Brasília, a qual a ONG Agência Pública teve acesso, revela como eram escolhidos os ocupantes de cargos de direção do órgão. A planilha vazada divide os servidores em “a favor” e “contra o governo” e foi produzida dois meses depois da posse do atual presidente da Funai, Marcelo Xavier. Além da desfaçatez de discriminar os funcionários técnicos, a autora da planilha, nas redes, classifica o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips, assassinados no Vale do Javari, de “Débi & Lóide”.
Complacência com a criminalidade
Para além do desrespeito com as vítimas do crime organizado na Amazônia, que conta com a complacência da Funai, na legenda do seu arquivo de Excel, a servidora Adriana Ariadne Albuquerque Marques aponta o critério indicação de nomes para os cargos mais importantes, assim descritos: “Fazem campanha a favor do Governo dentro de terra indígena”. Na época, Adriana – que nas suas redes sociais compartilha e apoia memes e mensagens a favor do presidente Jair Bolsonaro – atuava como coordenadora do gabinete da Dages – Diretoria de Administração e Gestão do órgão indigenista, em Brasília.
MPs e criptoativos
Os deputados federais terão, nesta semana, o esforço concentrado de agosto marcado pelo presidente Arthur Lira (PP-AL). Na pauta de votações de 25 itens há sete projetos de conversão em lei de Medidas Provisórias, o que regula a negociação de criptoativos. Mas a ordem de prioridade de votação tende a ser MPs, já que muitas estão com prazo apertado e poderão perder a eficácia. Como a MP 1108, que prevê a opção de pagamento em dinheiro dos auxílios refeição e alimentação, que enfrentará a resistência das empresas que administram cartões de benefícios e restaurantes.
Vice do Haddad
A escolha do vice de Fernando Haddad (PT), líder nas pesquisas na corrida ao governo do São Paulo, começa a afunilar. A expectativa é de que Haddad insista em Marina Silva até o fim do prazo legal, que termina dia 5. No entanto de Recife, o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, que desistiu de sua candidatura à Presidência da República, fez chegar aos seus principais aliados que vai disputar uma vaga na Câmara Federal e que quer indicar o vice de Haddad. Dirigentes do UB sabem que é difícil fechar o apoio do partido a Lula já no primeiro turno, mas uma coligação com o PT no âmbito paulista seria mais fácil.
Tebet quer fim do “orçamento secreto”
Candidata à Presidência da República, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) prometeu, se eleita, dar transparência total às chamadas emendas de relator, a RP9, transferências de recursos dos parlamentares. Se aplicada, a medida enterraria a ocultação das emendas, apelidadas, por essa razão, de “orçamento secreto”. Tebet diz que não seria difícil extinguir a prática, bastando baixar um decreto exigindo transparência dos ministérios. As RP9 têm sido usadas para beneficiar aliados do Planalto e comprar apoio no Congresso, e distribuídas sem qualquer critério técnico ou de necessidade.
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