Vereador de Boa Vista, Genilson Costa é alvo de operação da PF


Por: Ian Vitor Freitas

18 de dezembro de 2024
Vereador de Boa Vista, Genilson Costa (Composição: Weslley Santos/Cenarium)
Vereador de Boa Vista, Genilson Costa (Composição: Weslley Santos/Cenarium)

BOA VISTA – Na manhã desta quarta-feira, 18, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Martellus, em Boa Vista (RR). O objetivo da investigação é desarticular uma associação criminosa constituída durante o período eleitoral de 2024, voltada à prática de compra de votos e outros crimes eleitorais.

Ao todo, a PF cumpre 18 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de prisão temporária, expedidos pela Justiça da 1ª Zona Eleitoral de Roraima.

Um dos mandados foi realizado na casa do vereador da Câmara Municipal de Boa Vista, Genilson Costa (Republicanos), que já era alvo da operação e negou a participação no esquema em outras ocasiões. A operação foi deflagrada poucas horas depois da diplomação de Genilson como vereador da capital.

Entre os investigados da operação está o oficial da Polícia Militar de Roraima (PM-RR), o coronel Francisco das Chagas Lisboa, subcomandante da corporação. Ele é acusado de informar Genilson sobre as denúncias recebidas em relação à compra de votos.

Entenda a investigação

A investigação começou no dia 5 de outubro deste ano, quando a PF realizou a prisão de dez pessoas pelo crime de corrupção eleitoral. Um dos suspeitos era o vereador, que, na ocasião, estava disputando a reeleição no município de Boa Vista. Em troca de votos, os eleitores estavam recebendo valores que variavam entre R$ 100 e R$ 150. Genilson foi reeleito com 3.744 votos.

Além disso, no dia 6 do mesmo mês, os agentes da PF também conduziram uma busca e apreensão, que identificou a prática de diversos crimes eleitorais, culminando com a prisão em flagrante do vereador pela prática dos crimes de corrupção eleitoral, lavagem de dinheiro e por posse de ouro em sua forma bruta em sua residência.

Após a prisão, o candidato foi liberado em decorrência de decisão proferida em sede de habeas corpus.

O líder do esquema, segundo a PF, o vereador Genilson, contava com o apoio de agentes públicos, incluindo um oficial da PM, coronel Lisboa. De acordo com a PF, o investigado possuía um grupo em um aplicativo de mensagens, onde os envolvidos faziam a prestação de contas sobre o esquema. Ao todo, teria sido movimentado cerca de R$ 1 milhão para a compra de votos.

No inquérito policial, Genilson foi investigado em outros momentos por diversos crimes, como patrocínio do tráfico para o exercício de suas atividades parlamentares, inclusive para a disputa à presidência da casa legislativa municipal. Ele também é um dos possíveis nomes para assumir mais quatro anos à frente da presidência.

Por fim, os investigados podem ser indiciados por crimes de associação criminosa, corrupção eleitoral, falsidade ideológica eleitoral, transporte ilegal de eleitores, violação do sigilo do voto, bem como violação de sigilo funcional, prevaricação e lavagem de dinheiro.

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