Vereador de Cuiabá investigado por ligação com facção pede afastamento
12 de junho de 2024

Davi Vittorazzi — Da Revista Cenarium
CUIABÁ (MT) — O vereador Paulo Henrique (MDB) pediu afastamento por 31 dias do mandato, nessa terça-feira, 11, durante sessão na Câmara de Cuiabá (MT). O parlamentar é investigado pela Polícia Federal (PF) no âmbito da operação Ragnatela, por envolvimento com uma facção criminosa que promovia shows para lavagem de dinheiro na capital mato-grossense. O político emedebista solicitou a licença depois que a Justiça determinou busca e apreensão e a quebra do sigilo bancário do vereador.
De acordo com o parlamentar, ele é quem tem o maior interesse nas apurações da PF. Na semana passada, dois funcionários que trabalhavam em seu gabinete foram exonerados por envolvimento no esquema. Os então servidores foram presos pela operação. “Quero comunicar que neste momento vou protocolar a minha licença parlamentar no prazo de 31 dias. A minha prioridade, esse servidor de 36 anos de Prefeitura, é a minha honra, a minha família” disse o vereador na sessão.
Na tribuna, o vereador também afirmou que as acusações de ter recebido propina são falsas. “Essa é uma espalhafatosa mentira. A empresa não pagou propina ao sindicato. O sindicato foi quem pagou a empresa por ter vencido a concorrência, oferecendo menor preço”, declarou.

Na segunda-feira, 10, um grupo de seis vereadores protocolaram um pedido para que a conduta de Paulo Henrique fosse investigada na Comissão de Ética e Decorro Parlamentar. Maysa Leão (Republicanos), Sargento Joelson (PSB), Michely Alencar (União Brasil), Denilson Nogueira (PP), Dilemário Alencar (União-Brasil) e Dr. Luiz Fernando (União Brasil) assinam o pedido.
Envolvimento com facção
O vereador Paulo Henrique de Figueiredo (MDB) foi alvo da Operação Ragnatela, deflagrada na semana passada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICCO-MT). Além do parlamentar, um fiscal da prefeitura e um policial penal também foram alvos das investigações .
Conforme a investigação, os agentes públicos atuavam em um esquema com a facção Comando Vermelho, que usavam casas noturnas para realizar lavagem de dinheiro na capital mato-grossense. A investigação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICCO/MT) identificou que criminosos participavam da gestão de casas noturnas em Cuiabá e promoviam shows com cantores conhecidos nacionalmente. Os eventos eram custeados pela facção, em conjunto com um grupo de promoters.