Vereador e policial penal de Cuiabá são alvos de operação por esquema com facção

Paulo Henrique de Figueiredo (MDB) é vereador em Cuiabá (Foto: Composição/Paulo Dutra/Cenarium)
Davi Vittorazzi — Da Revista Cenarium

CUIABÁ (MT) — O vereador de Cuiabá, Paulo Henrique de Figueiredo (MDB), o policial penal Luiz Otávio Natalino e um fiscal da prefeitura da capital, que não teve o nome divulgado, estão entre os alvos da Operação Ragnatela, deflagrada na quarta-feira, 5, pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICCO-MT).

Os agentes públicos são investigados por estarem em um esquema com a Comando Vermelho, que usavam casas noturnas para realizar lavagem de dinheiro na capital mato-grossense. Para a operação, o Núcleo de Inquéritos Policiais da Comarca de Cuiabá expediu oito mandados de prisão preventiva e 36 de busca e apreensão nos Estados de Mato Grosso e Rio de Janeiro. Também houve o sequestro de imóveis e veículos, bloqueio de contas bancárias, afastamento de servidores de cargos públicos e suspensão de atividades comerciais.

Busca e apreensão em residências de suspeitos (Divulgação/Polícia Federal)

A investigação da FICCO identificou que criminosos participavam da gestão de casas noturnas em Cuiabá e promoviam shows com cantores conhecidos nacionalmente. Os eventos eram custeados pela facção, em conjunto com um grupo de promoters.

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Segundo a investigação, alguns dos envolvidos teriam adquirido uma casa noturna em Cuiabá pelo valor R$ 800 mil, que foram pagos em espécie. O vereador e o fiscal da prefeitura participavam do esquema intermediando a fiscalização e a liberação de permissões para a realização dos shows. Com a ajuda, os servidores teriam recebido dinheiro em troca.

Na quarta-feira, os agentes fizeram o sequestro de nove imóveis, 13 veículos, e bloqueio de 68 contas bancárias ligadas aos envolvidos no esquema.

Ainda conforme a investigação, o suposto líder da facção criminosa teria conseguido fugir para o Rio de Janeiro, no dia 1º de junho, usando documentos falsos. Mesmo assim, ele foi abordado dentro da aeronave e preso após o pouso no Aeroporto Santos Dumont.

A operação mobilizou 400 policiais. A FICCO-MT é composta pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar e tem por objetivo a atuação conjunta no combate ao crime organizado em Mato Grosso.

Vídeo da operação policial (Divulgação)
Outro lado

Por nota, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) informou que um Procedimento Administrativo Disciplinar vai apurar a conduta do policial penal. Luiz Otávio Natalino foi afastado do cargo. A Secretaria Municipal de Ordem Pública de Cuiabá, onde o servidor da prefeitura era lotado, também disse que abrirá um procedimento interno para apuração da conduta do agente de fiscalização.

O gabinete do vereador Paulo Henrique disse que vai se manifestar apenas após conhecimento de todo o processo.

Leia mais: Defensora pública afirma ter sido agredida por policiais durante desocupação em Mato Grosso
Editado por Aldizangela Brito
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