Vereador leva bebê reborn ‘Fora Helder’ à Câmara Municipal de Belém


Por: Fabyo Cruz

22 de maio de 2025
Vereador leva bebê reborn ‘Fora Helder’ à Câmara Municipal de Belém
Vereador Zezinho Lima (Reprodução/Instagram @zezinholima22)

BELÉM (PA) – O vereador bolsonarista Zezinho Lima (PL) levou uma boneca, simulando um “bebê reborn”, à tribuna da Câmara Municipal de Belém (CMB), durante sessão realizada na quarta-feira, 21. A boneca estava vestida com uma camiseta estampada com a frase “Fora Helder”, em referência ao governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). O parlamentar aproveitou o momento para criticar a gestão estadual e apresentar um projeto de lei que pretende proibir o acesso de bonecos hiper-realistas a serviços públicos da capital paraense.

Virou moda falar no bebê reborn, né? E eu entrei nesta casa com um projeto de lei proibindo que essas mães, que deveriam estar todas num psiquiatra, não tentem usar o serviço público municipal, como posto de saúde, pronto-socorro, assentos no ônibus, preferenciais. É um grande absurdo isso”, afirmou Zezinho, em tom pejorativo, enquanto exibia a boneca no plenário.

Além da crítica às mães que utilizam os reborns, Zezinho aproveitou para questionar o governador do Pará, que havia celebrado aniversário no último dia 18. “O governador que já endividou o Estado do Pará com mais de R$18 bilhões de endividamento. O governador que está deixando a segurança pública aí, a Deus dará. Assalto para todos os lados. Nós estamos à mercê da bandidagem. E eu vim fazer essa homenagem aqui a esse governador que tem tantos apoiadores aqui nessa Casa, mas comigo é fora Helder, doa a quem doer!”, disse.

Projeto de Lei

Protocolado em 19 de maio, o projeto de Zezinho Lima propõe a proibição da entrada e do encaminhamento de “itens inanimados com aparência humana” — como bonecos hiper-realistas, manequins e robôs humanoides — em serviços públicos municipais. A medida abrange postos de saúde, unidades do Sistema Único de Saúde (SUS), transporte público, conselhos tutelares e órgãos de assistência social.

De acordo com o texto, esses objetos poderiam “gerar confusão com pessoas reais” e provocar acionamentos indevidos de equipes de emergência ou atrasos no atendimento de quem realmente precisa. O projeto prevê advertência e multa em caso de descumprimento, mas abre exceções para usos com fins educativos, terapêuticos ou artísticos, desde que previamente autorizados por órgão competente e acompanhados por profissional qualificado.

“A proposta não tolhe o direito ao uso pessoal, recreativo ou privado desses itens, limitando apenas seu acesso aos serviços públicos”, argumenta o vereador na justificativa do projeto. “Visa-se proteger a coletividade, otimizando o uso dos recursos públicos e assegurando que a prioridade do atendimento permaneça com quem de fato necessita”, diz o parlamentar por meio do documento.

O que é um bebê reborn?

Um bebê reborn é uma boneca feita para se parecer o mais realisticamente possível com um bebê de verdade. Essas bonecas são geralmente confeccionadas por artistas especializados, que utilizam técnicas manuais minuciosas para criar traços realistas, como pele com textura, veias, manchas, cílios, cabelo implantado fio a fio e peso similar ao de um recém-nascido.

Características principais:

  • Aparência hiper-realista: muitas vezes confundidas com bebês reais em fotos ou de longe.
  • Materiais: normalmente feitas de vinil siliconado ou silicone puro, que oferecem maior realismo ao toque.
  • Personalização: podem ser encomendadas com características específicas (cor da pele, olhos, cabelo, etc.).
  • Peso e tamanho realistas: algumas pesam de 2 a 4 kg, simulando o peso de um bebê de verdade.

Usos comuns:

  • Colecionadores: há um mercado de pessoas que colecionam essas bonecas como forma de arte.
  • Uso terapêutico: em contextos como terapia para luto, ansiedade, demência (especialmente em idosos), ou para mulheres que perderam filhos.
  • Brinquedo infantil: embora algumas versões sejam voltadas para crianças, os modelos mais sofisticados são geralmente tratados como peças de coleção ou itens terapêuticos.
Leia mais: Vereadores do Pará discutem durante ato pró-Palestina em Belém
Editado por Adrisa De Góes

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