Vereador Marcelo Serafim será processado por clínica oncológica após acusar funcionária de ‘furar fila’

O vereador Marcelo Serafim, que também é farmacêutico, durante gravação para Facebook. (Reprodução/Facebook)

Carolina Givoni – Da Revista Cenarium

MANAUS – A Clínica Oncológica Oncoclin declarou à REVISTA CENARIUM nesta segunda-feira, 8, que pretende processar o vereador Marcelo Serafim (PSB) após o parlamentar, que também é farmacêutico, impedir uma funcionária do estabelecimento médico de ser imunizada contra Covid-19. O caso ocorreu no sábado, 6, quando ambos se encontraram no posto de vacinação, localizado na Universidade Paulista (Unip).

O caso ganhou amplitude após Serafim afirmar em vídeo que a colaboradora não fazia parte do grupo de vacinação prioritário. “Estou aqui como profissional e essa moça que não está no grupo prioritário da saúde veio querer me gravar para dizer que eu não queria autorizar sua vacinação. Peço a todos que sigam as regras. Estamos tentando fazer tudo certo e esse tipo de pessoa não vai me constranger não. Ela me gravou e quando eu fui gravar ela saiu. Vejam o vídeo!!!”, diz publicação.

PUBLICIDADE

A Oncoclin, por meio de nota, declarou que a funcionária está inserida no Grupo Prioritário 2 (GP2), tendo efetivo direito à vacinação destinada aos trabalhadores de serviços oncológicos, clínicas radiológicas (tomografia, radiografia e ultrassonografia) e renais.

Critérios

“A Oncoclin ratifica o cumprimento integral da Nota Informativa Conjunta Nº 05/2021, editada pela Fundação de Vigilância Sanitária (FVS), do Governo do Amazonas, e pela Prefeitura Municipal de Manaus, que descreve a cobertura vacinal e definição de critérios para priorização dos trabalhadores de saúde de Manaus na Campanha de Vacinação contra a Covid-19”, diz nota.

Segundo nota publicada nas redes sociais do Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Amazonas (Sinessam), a norma informativa é clara quanto ao direito de vacinação da colaboradora. “Esperamos que sejam seguidas as orientações do decreto e da nota informativa visando a otimização das vacinas destinadas aos profissionais e trabalhadores dos grupos prioritários 1, 2 e 3, sem favorecimento de uns ou de outros, pois o nosso intuito é que todos os profissionais e trabalhadores da saúde, privado e público, sejam vacinados”.

Vídeo

Ainda nas imagens, o vereador da Câmara Municipal de Manaus (CMM) mostra a mulher, enquanto ela se afasta das gravações. O parlamentar a segue e afirma: “Essa senhora está pedindo para que eu a autorize se vacinar sem que ela esteja no grupo prioritário. As pessoas querem que faça o errado, elas não querem que faça o certo e a gente está aqui para fazer o certo”, disse Serafim em vídeo.

O caso ocorreu no sábado, 6, enquanto ambos se encontravam no posto de vacinação, localizado na Universidade Paulista (UNIP). (Reprodução/Facebook)

Reparação

A direção da Oncoclin afirma que tomará as devidas ações cabíveis para reparar o dano causado à empresa, com a retirada da publicação e a divulgação correta prevista na Nota Informativa Nº 05/2021. A empresa também afirma ter prova da legitimidade do direito da funcionária, que foi imunizada em outro posto de vacinação.

“Vimos o esforço hercúleo de vários poderes para iniciar a vacinação em Manaus e a atitude do vereador, Marcelo Serafim é desproporcional, colocando em xeque todo processo que vem sendo realizado pela Prefeitura Municipal de Manaus”, afirma Thiago Silva, diretor executivo da clínica.

Outro lado

Procurado pela equipe de reportagem da REVISTA CENARIUM, Marcelo Serafim afirmou que não vê problema em ser processado pela Oncoclin e que segundo ele, a própria colaboradora da empresa disse não ser do grupo prioritário. “Você acha que uma pessoa que trabalha como recepcionista deve ser vacinada na frente de um médico?”, questionou o parlamentar, que em seguida, solicitou que a empresa divulgue as gravações feitas pela própria funcionária na ocasião.

“(A recepcionista) Informou ainda que uma funcionária do RH tinha se vacinado. Agora antes de me processar seria interessante eles pedirem da funcionária deles o vídeo que elas me gravaram, porque aí eles vão entender melhor o que aconteceu. Isso está totalmente errado. Mas, deixa eles tomarem as medidas que entenderem necessárias, eu não estava lá como vereador, estava como servidor público de carreira”, finalizou.

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.