Vereador vira alvo de cassação na Câmara de Cuiabá após invadir UTI de hospital


19 de junho de 2024
Vereador vira alvo de cassação na Câmara de Cuiabá após invadir UTI de hospital
Vereador será investigado por Comissão de Ética (Reprodução/Câmara de Cuiabá)
Davi Vittorazzi — Da Revista Cenarium

CUIABÁ (MT) — O vereador Marcrean Santos (MDB) é o alvo de um pedido de cassação protocolado na Comissão de Ética da Câmara Municipal de Cuiabá, nessa terça-feira, 18. A solicitação foi apresentada por colegas parlamentares após ele ter invadido, este mês, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), que é o maior do Estado.

O médico responsável pelo setor registrou um boletim de ocorrência e fez uma representação na Casa Legislativa na última semana. No documento, o profissional contou que o parlamentar chegou à unidade hospitalar para buscar informações sobre o estado de saúde de um familiar, enquanto o profissional atendia outros pacientes internados na ala. O médico acusa o vereador de abuso de autoridade.

O vereador Dr. Luiz Fernando (União Brasil), que apresentou o requerimento na Câmara, criticou o colega. “Foi um ato de invasão, um ato onde o parlamentar, desprovido de respeito e de total conhecimento, adentrou a UTI-2 desse hospital, dessa instituição, sem a autorização prévia do médico-chefe, que estava de plantão”, destacou.

Caso teria ocorrido no HMC (Luiz Alves/Secom Cuiabá)

Já a vereadora Michelly Alencar (União) e Rogério Varanda (PSDB) pontuam que Marcrean teria cometido crime de falsidade ideológica, por ter se apresentado supostamente com outro nome na unidade. “Esse vereador usou até o nome de Zé Maria para poder entrar dentro da UTI. Ele entrou em uma UTI no momento do banho. Atrapalhou o trabalho”, disse o parlamentar Varanda.

Por nota, o Conselho Regional de Medicina (CRM-MT) afirmou que vai tomar medidas cabíveis sobre o caso. “Tal ato constitui um grave caso de improbidade administrativa e uma clara violação da Lei de Abuso de Autoridade. A atitude do vereador, ao desrespeitar o ambiente hospitalar e a autonomia dos profissionais de saúde, não apenas compromete a integridade e segurança dos pacientes, mas também demonstra um flagrante abuso de poder e ausência de decoro”, diz trecho do documento.

O presidente da Comissão de Ética e Decorro Parlamentar, vereador Rodrigo Arruda e Sá (PSDB), disse que, inicialmente, a representação será na analisada pela Procuradoria do Câmara e depois terá seguimento para apurar a denúncia.

O vereador Marcrean foi procurado pela reportagem, mas não respondeu até o fechamento desta matéria.

Outro vereador com investigado pela comissão

Também com representação na Comissão de Ética, o vereador Paulo Henrique (MDB) é investigado por quebra de decorro por conta da suspeita de envolvimento com membros da facção Comando Vermelho na capital. Paulo Henrique pediu afastamento por 31 dias do mandato na última semana.

O emedebista sofreu busca e apreensão e a quebra do sigilo bancário determinado pela Justiça. O parlamentar é investigado pela Polícia Federal (PF) no âmbito da operação Ragnatela, por envolvimento com a facção criminosa que promovia shows para lavagem de dinheiro na capital mato-grossense.

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Editado por Adrisa De Góes

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