Vereadora do AM acusa colega de Câmara de agressão física
Por: Letícia Misna
08 de outubro de 2024
MANAUS (AM) – A vereadora do município de Iranduba (AM) Larissa Gomes (PSD) acusou o seu colega de mandato e de partido, o também vereador Disney Cunha (PSD), de agressão física e verbal. O caso teria ocorrido nesta terça-feira, 8, na Câmara Municipal da cidade, distante 27 quilômetros de Manaus, na sala da presidência e na presença de testemunhas.
De acordo com a assessoria de Larissa, Disney teria ficado com raiva pela vereadora ter recebido mais dinheiro do fundo partidário que ele. O que, segundo Disney, teria feito com que Larissa ficasse acima dele na eleição municipal do último domingo, 6. Ela recebeu R$ 30 mil do PSD para a sua campanha, e ele, R$ 5 mil, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No pleito, os dois garantiram a reeleição. Larissa foi a segunda vereadora mais votada de Iranduba com 1.031 votos válidos, e Disney, por sua vez, foi o quarto com 935 votos.

Nesta terça, Disney teria ido questionar Larissa sobre a divisão do fundo partidário, ao que ela respondeu que essa separação não está sob a sua responsabilidade. Em seguida, ela teria sido empurrada pelo vereador.
Segundo a assessoria, Larissa está muito abalada emocionalmente, e além de fazer um Boletim de Ocorrência (BO) na 31ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Iranduba, também viajou a Manaus para prestar queixa na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM).

A assessoria da vereadora informou também que “fontes disseram que o presidente nacional do PSD já foi informado sobre o caso”, e que o presidente da Câmara Municipal de Iranduba, Kelison Dieb (MDB), presenciou o ocorrido e está disposto a testemunhar em favor de Larissa.
A CENARIUM tentou contato com Dieb, mas até o fim desta edição, não obteve retorno.
Disney Cunha nega as acusações
Procurado pela CENARIUM, Disney Cunha declarou que há “mais de 30 testemunhas de que não falou nada e nem agrediu a vereadora”, e que também fez um BO contra ela, mas não detalhou o conteúdo do documento ou a acusação.
Ele encaminhou uma nota oficial de esclarecimento, na qual nega o ocorrido, afirmando que “tem lutado incansavelmente pelos direitos das mulheres” e que “acredita estar sofrendo um ataque à sua reputação e à sua honra”.
Disney também diz ter sido ofendido por Larissa com palavras como “pastor vagabundo”, “pastor charlatão”, entre outras. A assessoria de Larissa, por sua vez, afirmou que a nota é “mentirosa”.
Confira o pronunciamento na íntegra:

“É uma escolha deles”
Em fevereiro de 2024, Disney Cunha se envolveu em outra polêmica, quando disse, durante sessão plenária da Câmara, que “moradores de rua escolheram viver dessa forma”.
“Os moradores de rua estão aí porque é uma escolha deles viver nessa situação. Ninguém obrigou eles a estarem morando na rua. Ninguém que mora na rua não tem uma família. Tem sim! Mas é opcional. Eles escolheram viver dessa forma”, declarou.
Dia da oração e do perdão
Disney Cunha, que também é pastor evangélico, é autor da Lei Nº 396/2021 que estabeleceu o “Dia da oração e do perdão” em Iranduba. A data, celebrada anualmente no segundo sábado de setembro, tem como objetivo “fazer a população reconhecer que a falta de ambos interfere na saúde física e emocional”.
“Tem muita gente adoecendo, adoecida por não exercer a prática de perdoar. E eu como pastor, como ser humano, sei que estamos vivendo dias difíceis. É um exercício difícil para as pessoas, e eu entendo isso. Tem muita gente que não tem a capacidade de perdoar. Não tem a capacidade de colocar em prática por falta de incentivo. Por falta de palavras, por falta de pessoas (…). Você que ora. Você que reza. O importante é você ter o seu momento com Deus”, disse Disney na época de tramitação do projeto.