‘Meu filho estava passando por problema de saúde’, diz vigilante após confessar ter assassinado servidora federal no AM

O suspeito afirmou estar sob efeito de drogas e precisando de dinheiro (Reprodução)
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium

MANAUS – Suspeito de matar a servidora federal do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT-11) Silvanilde Ferreira Veiga, o vigilante Caio Claudino de Souza, 25, falou à imprensa, na tarde desta terça-feira, 31, ao sair da Delegacia de Homicídios e Sequestros (DEHS), na Zona Leste de Manaus, que o crime foi motivado por dinheiro.

O crime ocorreu por volta das 17h do último sábado, 21, mas o corpo de Silvanilde só foi encontrado por volta das 22h. Segundo a Polícia Civil do Amazonas, a vítima foi morta com 12 golpes de facas, mas o suspeito que afirmou estar sob efeito de drogas e precisando de dinheiro, disse se lembrar apenas de uma. “Meu filho estava passando por problema de saúde”, justificou o vigilante.

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Foto do suspeito (Reprodução)

Em depoimento, o vigilante confessou que seguiu a vítima até o apartamento, após ela sair para jogar o lixo. Imagens das câmeras de segurança mostram o suspeito com uma mancha de sangue na camisa por volta das 18h.

“Ele viu uma oportunidade, viu ela fazendo uso do celular, foi quando ele tentou subtrair o aparelho, a colocou para dentro do apartamento e eles entraram em luta corporal. Na versão dele, ele diz que deu apenas um golpe”, disse o delegado Ricardo Cunha, titular da DEHS.

Imagem mostra mancha de sangue na camisa do suspeito (Reprodução)

A Polícia Civil afirma que o crime não foi premeditado e que Caio tentou ir a outros apartamentos antes de encontrar com Silvanilde.

“Foi um crime de oportunidade, ele não conhece a filha nem o genro. Obviamente que isso também está sendo investigado, mas, neste momento, damos esse crime como elucidado”, diz o delegado. “O que nós percebemos é que ele não foi em um único apartamento. Ao entrar no elevador ele aperta vários andares, inclusive, foi ao 15° antes de ir ao 14°, onde fica o apartamento da servidora”, explica.

A delegada adjunta da DEHS e coordenadora do Núcleo de Combate ao Feminicídio, Marília Campelo, afirma que o suspeito não trabalhava no local. “Ele não trabalhava nesse condomínio, ele foi para dar apoio, porque nesse dia estava acontecendo duas festas no local, então, eles precisavam de apoio, quando ele chegou no condomínio por volta das 14h”, explica.

Sem mandante

Os delegados descartam a possibilidade de que o crime tenha tido um mandante, e trabalham com a versão do vigilante, que afirma ter cometido o crime sozinho.

“Todos os elementos de informação que coletamos, nesse momento, nos levam a um autor só, que é ele. No depoimento ele deixou claro que não houve mandante do crime. E, pelas imagens dos elevadores, a gente notou que o comportamento dele era condizente com quem estava sob efeito de drogas”, afirmam.

A prisão

“A prisão ocorreu no bairro Coroado, na residência onde ele mora. Não esboçou qualquer reação durante a abordagem, no primeiro momento ele negou, mas na delegacia confessou e se mostrou arrependido”. De acordo com os policiais, Caio parecia calmo e ao chegar na delegacia pediu desculpas pelo crime.

De acordo com o depoimento, Caio roubou o celular após cometer o crime e, próximo ao horário da troca de turno, por volta das 18h, escondeu a camisa suja de sangue, andou até um posto de gasolina, pegou um carro por aplicativo de volta para casa e jogou o celular fora, próximo a um supermercado do bairro Ponta Negra.

A polícia afirma que quem tiver em posse do celular pode ser preso por crime de receptação e pede para quem tiver em posse procurar a Polícia Civil e devolver o aparelho.

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