Vigilante suspeito da morte de servidora estava com registro profissional vencido, segundo documento da Polícia Federal do AM

O vigilante estava "impedido de exercer a profissão até realizar novo curso de reciclagem ou de extensão, na forma da lei e seu regulamento (Jander Souza/CENARIUM)
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium

MANAUS – Caio Claudino de Souza, 25, trabalhava como porteiro de edifícios, desde 2017, mas de acordo com o registro na Coordenação Geral de Controle de Serviços e Produtos (CGCSP) da Polícia Federal ele estava com registro da Carteira Nacional de Vigilante (CNV) vencido desde o dia 23 de setembro de 2021.

Conforme documento no qual a REVISTA CENARIUM teve acesso com exclusividade, o vigilante estava “impedido de exercer a profissão até realizar novo curso de reciclagem ou de extensão, na forma da lei e seu regulamento”.

O documento completa, ainda, que mesmo para exercer a função em empresa privada, era necessário “uma autorização pela Polícia Federal, sendo proibido o trabalho de forma autônoma”.

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A reportagem da CENARIUM entrou em contato com a empresa ALM Melo, questionando o vencimento do registro de Caio, mas até o fechamento da matéria não obteve resposta. Em nota divulgada na tarde desta terça-feira, 31, a empresa se pronunciou por meio de nota informando que Caio foi contratado no último dia 2 de maio para a função de concierge e estava no período de experiência de 30 dias. E ressalta, ainda, que a empresa havia “tomado todos os cuidados no processo seletivo, inclusive, tendo Caio fornecido o Atestado de Antecedentes Criminais”.

A empresa finaliza a nota afirmando que “é extremamente cautelosa na contratação de seus colaboradores, cercando-se de todos os cuidados para evitar qualquer falha”, e ainda se “solidariza com os familiares e amigos da vítima”.

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O condomínio Gran Vista, local onde o crime aconteceu, também se pronunciou por meio de nota e informou que “até onde se sabe, o suspeito nunca havia trabalhado no condomínio, e foi escalado pela ALM Melo (Patrimônio Sistemas de Segurança) para suprir necessidade eventual de aumento de segurança, devido aos vários eventos particulares que ocorreriam na data do crime”.

Filha se manifesta

Na noite desta terça-feira, 31, nas redes sociais, a filha da vítima, Stephanie Veiga, compartilhou uma foto ao lado da mãe com a palavra JUSTIÇA.

Publicação compartilhada pela filha (Reprodução/Instagram)

Sobre o caso

No começo da tarde desta terça-feira, 31, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) prendeu o homem acusado de envolvimento na morte da servidora federal do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT-11) Silvanilde Ferreira Veiga, encontrada morta dentro do próprio apartamento, no último dia 21, no bairro Ponta Negra, Zona Oeste de Manaus. O suspeito de participação no assassinato foi identificado como Caio Claudino de Souza, vigilante do Condomínio Gran Vista, onde a vítima morava.

Segundo a Polícia Civil, conforme o relato de Stephanie, na noite da morte, a filha mandou duas mensagens à mãe, mas não obteve resposta. Então, pediu ao porteiro do condomínio que fosse ao apartamento verificar se estava tudo bem. O funcionário informou que ninguém atendia ao telefone e que os veículos estavam todos estacionados nas vagas.

A filha da servidora foi ao apartamento com o namorado e encontrou a mãe no chão da sala, de bruços sobre uma poça de sangue, sem vida. “Ela relatou, ainda, que não havia sinais de arrombamento e a única coisa levada do local foi o celular da vítima”, disse a Polícia Civil em nota.

Em 23 de maio, um relatório preliminar do Instituto Médico Legal (IML) divulgou que as causas da morte de Silvanilde foram falta de ar devido ao corte da traqueia — na região do pescoço — e hemorragia no cérebro.

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