Violência doméstica contra mulheres é ‘quase satânica’, diz papa Francisco

O papa Francisco tira foto ao lado de fiéis no Vaticano - Alberto Pizzoli - 19.dez.2021/AFP

Com informações da Folha de S. Paulo

O papa Francisco afirmou que homens que cometem violência contra mulheres fazem algo que é “quase satânico”.

Ele fez o comentário, uma de suas falas mais enfáticas para condenar a violência doméstica, durante um programa transmitido nesse domingo, 19, pela emissora italiana TG5, no qual ele conversa com três mulheres e um homem de origens conturbadas.

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“O número de mulheres que são agredidas e abusadas em suas casas, até mesmo por seus maridos, é muito, muito alto”, disse Francisco em resposta a uma pergunta feita por uma mulher chamada Giovanna, que foi vítima de violência doméstica.

“O problema é que, para mim, isso é algo quase satânico porque se trata de tirar vantagem de uma pessoa que não pode se defender, que pode apenas [tentar] bloquear os ataques”, ele disse. “É humilhante. Muito humilhante”.

Giovanna disse que teve de tomar conta de quatro crianças depois de fugir de um lar violento.

Desde que a pandemia de Covid-19 começou, há quase dois anos, Francisco se pronunciou várias vezes para denunciar a violência doméstica, que cresceu em diversos países que impuseram medidas de isolamento, forçando muitas mulheres a ficarem confinadas com seus abusadores.

Números divulgados pela polícia da Itália no mês passado mostram que há cerca de 90 episódios de violência contra as mulheres todos os dias, e que 62% dos casos envolvem violência doméstica.

O papa afirmou que mulheres vítimas de agressões e abusos não perdem sua dignidade. “Eu vejo dignidade em você porque, se você não fosse digna, você não estaria aqui”, ele disse a Giovanna.

Ao abordar outros exemplos de miséria humana, ele ouviu os relatos de uma mulher em situação de rua e de um homem que tenta reconstruir sua vida após passar 25 anos na cadeia.

Francisco implementou iniciativas na área ao redor do Vaticano para dar à população de rua de Roma acesso a serviços de saúde, banho e cabeleireiro.

Em 2020, quando um palácio perto da praça de São Pedro onde funcionava um convento ficou vago, o pontífice ordenou que o local fosse transformado em um abrigo para pessoas em situação de rua, rejeitando sugestões de que o local virasse um hotel de luxo.

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