Vivência indígena na pandemia é apresentada em fórum internacional de turismo

Rucian da Silva Vilacio, indígena da etnia Sateré-mawé, é universitário do curso de engenharia de produção da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) (Arquivo Pessoal)

Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

MANAUS – Relatos sobre experiência da Associação de Mulheres Indígenas Sateré-Mawé (AMISM), duramente afetada pela pandemia de Covid-19, se tornaram tema de trabalho acadêmico de Rucian da Silva Vilacio, indígena da etnia Sateré-mawé e universitário do curso de engenharia de produção da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Neste mês, os relatos serão submetidos na 14ª edição do Fórum Internacional de Turismo do Iguassu, que ocorre em Foz do Iguaçu , no Paraná, entre 9 e 11 de setembro de 2020.

O Fórum é considerado o principal evento técnico-científico do turismo da América do Sul e em 2019 reuniu mais de 1,7 mil inscritos de 41 instituições de ensino. Rucian desenvolveu três projetos que serão apresentados neste fórum voltado ao turismo na região.

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Rucian Vilacio disse que o projeto que será apresentado no Fórum Internacional de Iguassu relata a experiência da Associação de Mulheres Indígenas Sateré-Mawé (AMISM) (Arquivo Pessoal)

Em entrevistaà REVISTA CENARIUM, Rucian afirma que a associação tem como atividade predominante o artesanato indígena, e que por conta da pandemia, teve de encontrar estratégias de manutenção e sobrevivência diante da crise humanitária na saúde e consequente impacto econômico nas atividades do grupo.

Por conta da pandemia, o setor de turismo foi o mais afetado o que acabou prejudicando as vendas dos artesanatos, foi quando apareceu a oportunidade de fazer da pandemia uma fórmula de ganhar dinheiro vendendo máscaras e banhos de ervas.

“Como resultado, percebemos que a associação se reinventou no planejamento e organização, confeccionando máscaras de proteção e produtos oriundos da floresta, como preparo de álcool e de banhos com ervas com os saberes e aromas da floresta, pautados nos conhecimentos da ancestralidade, se apropriando das redes sociais Facebook e Instagram para divulgar e vender os produtos aos turistaS”, explicou Rucian, que mora na cidade grande em local cedido por uma associação à qual faz parte.

Fórum

A programação do Fórum ainda conta com oficinas, minicursos e o compartilhamento de relatos de experiência, estudos de caso e melhores práticas em turismo. Em 2019, mais de 280 trabalhos científicos foram submetidos dentro de 12 eixos temáticos.

O Fórum é promovido pelo Instituto para o Desenvolvimento do Turismo, Cultura, Esporte e Meio Ambiente (Idestur), em parceria com o Programa de Mestrado e Doutorado em Turismo e Hotelaria da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), com apoio da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e diversas universidades e institutos brasileiros.

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