White Martins produz oxigênio abaixo da capacidade da fábrica da empresa em Manaus

White Martins é a empresa responsável pelo fornecimento de oxigênio para as redes hospitalares do Estado do Amazonas (Lucas Silva/Secom)

Gisele Coutinho – Da Revista Cenarium

MANAUS – Principal fornecedora de oxigênio hospitalar do Amazonas, a empresa White Martins deve explicações à população sobre a escassez do insumo no Estado. Conforme fontes do setor, a companhia tem capacidade para ofertar de cinco a sete vezes mais do que está produzindo atualmente.

Hoje, a demanda por oxigênio na rede pública de saúde é de 76 mil metros cúbicos por dia. Para comparar, na primeira onda de casos, entre março e maio, o consumo máximo foi de 30 mil metros cúbicos.

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De acordo com a White Martins, a empresa tem capacidade para produzir 25 mil metros cúbicos de gás por dia – incluindo a produção para as indústrias.

Para fontes do mercado, a empresa – hoje pertencente a um conglomerado norte-americano, tem capacidade de produção, pelo menos, cinco vezes maior. Ou seja, pelo menos 125 mil/dia.

A suspeita tem fundamento. Outro fornecedor do Estado, a Carboxi, produz pelo menos 10 mil metros cúbicos diários. Segundo uma fonte consultada pela reportagem, a Carboxi é considerada pequena em relação à White Martins. “Como explicar uma diferença de produção tão pequena?”, questiona.

A White Martins é líder no mercado de oxigênio hospitalar no País. O grupo ao qual pertence é um dos maiores do mundo.

Sociedade é vítima

Enquanto a fornecedora não explica a produção abaixo da capacidade, pacientes infectados pela Covid-19 estão sofrendo nos hospitais com a falta do oxigênio.

Para contornar a crise, o governo do Amazonas tem atuado em parceria com as Forças Armadas para trazer o insumo para o Estado.

Conforme fontes ligadas ao governo, uma ação na Justiça está sendo preparada para responsabilizar a White Martins pela crise da falta de oxigênio nas unidades de saúde.

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