Yanomamis denunciam mortes de crianças indígenas em balsa de garimpo ilegal em Roraima

Uma criança foi encontrada sem vida e outra continua desaparecida Chico Batata / Greenpeace)

Priscilla Peixoto – Da Cenarium

MANAUS – A Hutukara Associação Yanomami denunciou, na tarde desta quarta-feira, 13, que dois meninos de 5 e 7 anos desapareceram, no final da tarde dessa terça-feira, 12, enquanto brincavam no rio Parima, próximo à balsa de garimpo instalada ilegalmente na Terra Indígena (TI) Yanomami, na região de Alto Alegre, em Roraima.

A denúncia das lideranças indígenas da comunidade Makuxi Yanomami, na maior Terra Indígena do Brasil, informou que ao brincarem nas águas, as crianças foram “sugadas e cuspidas” para o meio do rio, sendo levadas pela correnteza. O Conselho de Saúde Indígena Yanomami e Ye´kwana (Condisi-Y), a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Corpo de Bombeiros foram até o local para realizar buscas.

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Na manhã desta quarta-feira, 13, a comunidade encontrou o corpo da criança de 5 anos já sem vida, porém, o outro menino continua desaparecido. Ainda em nota, a Hutukara lamentou a morte da criança e alertou, mais uma vez, quanto ao perigo, violência, doenças e mortes causadas pelas atividades garimpeiras ilegais na TI.

“A morte das duas crianças Yanomami é mais um triste resultado da presença do garimpo ilegal em Terra Indígena Yanomami, que segue invadida por mais de 20 mil garimpeiros(…) As autoridades brasileiras precisam continuar atuando para proteger a Terra-Floresta e impedir que o garimpo ilegal continue ameaçando nossas vidas”, apela a associação no texto.

Leia também: Líder Yanomami denuncia contaminação de rios, deformidades e doenças causadas por mercúrio

Terras Indígenas

A TI abriga mais de 360 comunidades, somando mais de 27 mil indígenas. O território, localizado entre os Estados do Amazonas e Roraima, possui quase 10 milhões de hectares e é a maior reserva indígena do Brasil. A área tem sofrido degradação com a presença do garimpo ilegal, que deteriora o lugar desde a década de 1980.

Além da degradação, a atividade garimpeira ainda leva doenças aos indígenas, principalmente, por conta da contaminação dos rios, geralmente causadas pelo mercúrio, metal utilizado pelos garimpeiros para extração do ouro.

A CENARIUM tentou contato com o vice-presidente da Hutukara Yanomami, Dário Kopenawa, para saber mais detalhes sobre a denúncia, mas, até o fechamento e publicação desta matéria, não obteve retorno.

Confira a nota na íntegra:

(Reprodução/ Facebook)
(Reprodução/ Facebook)
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