Início » Economia » 22,3% dos jovens não estudam nem trabalham; mulheres negras formam maior grupo
22,3% dos jovens não estudam nem trabalham; mulheres negras formam maior grupo
Mulher preta segurando carteira de trabalho (Reprodução/Internet)
Compartilhe:
06 de dezembro de 2023
Da Revista Cenarium Amazônia*
MANAUS – O Brasil tinha 10,9 milhões de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam nem estavam ocupados com trabalho em 2022, apontam dados divulgados nesta quarta-feira, 6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número correspondia a 22,3% da população estimada nessa faixa etária (48,9 milhões).
Segundo o IBGE, a falta de estudo e trabalho afeta sobretudo as mulheres pretas ou pardas de 15 a 29 anos. Esse grupo era composto por 4,7 milhões no ano passado, ou 43,3% do total de jovens afastados das atividades de ensino e laborais (10,9 milhões).
Homens pretos ou pardos (2,7 milhões ou 24,3%), mulheres brancas (2,2 milhões ou 20,1%) e homens brancos (1,2 milhão ou 11,4%) vinham na sequência.
PUBLICIDADE
Os dados integram a Síntese de Indicadores Sociais. A publicação analisa estatísticas de fontes como a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), também produzida pelo IBGE.
O jovem que não trabalha nem estuda costuma ser chamado de nem-nem por diferentes estudos. O IBGE, contudo, evita usar esse termo porque uma parcela desse grupo pode exercer atividades não remuneradas dentro de casa, sem estar necessariamente ocupada com algum emprego.
Do total de 10,9 milhões que não estudavam nem estavam ocupados em 2022, a fatia de 61,2% era considerada pobre pelos critérios da pesquisa –vivia com menos de US$ 6,85 por dia em PPC (paridade do poder de compra). A extrema pobreza atingia 14,8% desse grupo –abaixo de US$ 2,15 por dia, também em PPC.
Segundo o IBGE, quanto menor o rendimento domiciliar, maior é a parcela de jovens que não estudam nem estão ocupados. Em 2022, 49,3% dos jovens dos domicílios 10% mais pobres estavam nessa condição –um em cada dois. No início da série histórica, em 2012, o percentual era menor, de 41,9%.
De acordo com o instituto, o número de 10,9 milhões de jovens afastados dos estudos e do trabalho é o menor da série. O IBGE, no entanto, ponderou que o total de jovens de 15 a 29 anos também diminuiu ao longo do período.
Ao atingir 22,3%, o percentual dessa faixa etária que não trabalhava nem estudava recuou ante 2021, quando estava em 25,8%. A proporção mais recente, contudo, não é a menor da série. A mínima foi registrada em 2013 (21,6%).
O IBGE associou a redução do número e da proporção de jovens que não estudavam nem estavam ocupados em 2022 à retomada do mercado de trabalho.
“Essa queda em 2022 está muito atrelada à recuperação do mercado de trabalho. O percentual de jovens ocupados cresce, enquanto o de jovens que não estudam e não estão ocupados cai”, disse Denise Guichard Freire, uma das analistas da síntese do IBGE.
“Quando há uma crise, os jovens são os primeiros a serem dispensados. Agora, nessa retomada, eles têm conseguido voltar aos poucos ao mercado de trabalho”, completa.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.