‘A quem interessar, diga que, se não tiver eleição auditável, não terá eleição’, diz general Braga Netto


22 de julho de 2021
‘A quem interessar, diga que, se não tiver eleição auditável, não terá eleição’, diz general Braga Netto
General e Ministro da Defesa, Braga Neto (Reprodução/Agência Brasil)
Com informações do UOL

O ministro da Defesa, Braga Netto,  fez chegar ao gabinete do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o recado de que não haveria eleições em 2022, se não houvesse voto impresso e auditável.

A informação foi revelada pelo Estadão, que disse ainda que ao dar o aviso ao parlamentar, o ministro estava acompanhado de chefes militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. A subida de tom de Braga Netto se dá justamente no momento em que a CPI da Covid passa a descobrir o envolvimento de militares nas negociações para a compra de doses de vacinas.

Ao receber o recado do ministro da Defesa, diz o jornal, Lira procurou Jair Bolsonaro e disse, segundo interlocutores, que não contasse com ele para qualquer ato de ruptura institucional. O deputado afirmou se manter fiel ao presidente, mas não admitiria golpe.

Bolsonaro respondeu que nunca havia defendido um golpe, apesar de repetir as falas de Braga Netto a apoiadores e em sua live semanal.

Na semana passada, o governo articulou uma manobra para não sofrer derrota na comissão especial da Câmara que analisa a PEC do voto impresso. Recentemente, 11 partidos disseram não apoiar o texto. Antes do projeto ser barrado, no entanto, o governo conseguiu adiar a discussão para depois do recesso parlamentar, em agosto.

Desde então, Arthur Lira tem defendido publicamente o semipresidencialismo, sistema de governo que retira poderes do presidente. A reação às ameaças de Braga Netto foi imediata. Parlamentares de diferentes espectros se manifestaram pelas redes sociais. O presidente da Câmara, no entanto, afirmou por meio de sua assessoria, que não vai comentar.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que é “grave essa militância política do comando das FFAA. Ao invés de defender o país, o ameaçam?! A Câmara tem de aprovar a convocação do general pretendente a ditador”.

Já a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), que é autora da PEC que pretende barrar militar em cargo civil, disse que imagina que “o presidente da Câmara virá a público e dirá q nenhuma autoridade do Estado teria coragem de fazer tamanha ameaça contra a democracia e também exigirá pública e duramente que isso seja esclarecido.”

O deputado Chico D’Angelo (PDT-RJ) afirmou. “Que fique claro, o Congresso não se intimidará por ameaças golpistas. Seguiremos firmes na defesa da democracia!”

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