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AM tem baixa cobertura vacinal contra poliomielite; mais de 170 salas de imunização continuam disponíveis
Em Manaus, por exemplo, apenas 58,29% das crianças receberam a imunização contra a poliomielite (Divulgação/Semsa)
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05 de outubro de 2022
Karol Rocha – Da Revista Cenarium
MANAUS – O Amazonas alcançou 58,8% de cobertura vacinal contra a poliomielite, durante a campanha nacional de imunização que terminou na última sexta-feira, 30. Mesmo com a campanha prorrogada, a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, de atingir 95% do público-alvo, que são crianças de 1 a 4 anos, não foi alcançada devido à baixa adesão dos pais e responsáveis à iniciativa.
Em Manaus, por exemplo, apenas 58,29% das crianças receberam a imunização. Dos 63 municípios do Amazonas, apenas cinco atingiram 100% da cobertura nessa estratégia de vacinação, como Japurá, Careiro, Jutaí, Iranduba e Boa Vista do Ramos. Os dados foram consolidados e divulgados nesta quarta-feira, 5, pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP).
Na avaliação da médica infectologista Ana Galdina, a cobertura vacinal alcançada foi muito abaixo do esperado, o que preocupa ainda mais as autoridades em saúde.
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“A cobertura está muito abaixo daquela cobertura de segurança. É com a cobertura de 95% que a gente consegue fazer um bloqueio e, realmente, evitar que o vírus circule na população. Esses índices de alta adesão à vacinação era motivo de orgulho para o Brasil e, com o tempo, a gente vem perdendo isso talvez pelas fake news sobre vacina, inclusive, a da pólio, que nós vemos o quanto ela é eficaz”, atribuiu a especialista.
A campanha nacional, realizada inicialmente de 8 de agosto a 9 de setembro, foi prorrogada até 30 do mesmo mês, seguindo orientação do Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI). Mesmo com a prorrogação e o esforço das autoridades de saúde nacional, estadual e municipais, não houve adesão de destaque dos pais e responsáveis das crianças.
Para a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, a não adesão à campanha de vacinação pode contribuir como fator de risco à reintrodução do vírus da poliomielite. “É preciso lembrar que, em um passado recente, foi por meio das baixas coberturas vacinais que o sarampo retornou. O vírus da poliomielite é muito mais grave e a doença causa sequelas permanentes”, alertou a diretora.
Já os municípios que apresentaram os índices mais baixos de adesão à campanha foram: Tapauá (9,1%), Pauini (13,3%), Juruá (18,1%), Nova Olinda do Norte (22,2%) e Manaquiri (28,8%).
Cobertura em Manaus
A cobertura de 58,29% alcançada na campanha representa 82.268 mil doses aplicadas contra a pólio em Manaus. A zona rural Manaus atingiu 100% do público-alvo, mas a realidade foi diferente na zona urbana. Na Zona Leste, 69,42% das crianças receberam o imunizante; 60,54% na Zona Oeste; 51,92% na Zona Norte; e 47,61% na Zona Sul.
A gerente de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), enfermeira Isabel Hernandez, destacou que a poliomielite, também chamada de paralisia infantil e pólio, é uma doença que deixa sequelas permanentes e pode levar à morte. O vírus costuma manifestar as formas mais graves em crianças.
“Essa vacina está na rotina do calendário básico de vacinação e é ofertada em 171 unidades da Semsa, parte delas com funcionamento à noite e aos sábados. Ela vai continuar sendo aplicada normalmente, mas pedimos que os pais tenham urgência na imunização de seus filhos, pois o vírus está circulando em outras partes do mundo e não podemos deixar que ele seja disseminado entre nossas crianças”, disse a enfermeira.
O esquema vacinal contra a poliomielite deve ser iniciado aos dois meses, com a primeira dose. Aos quatro meses deve ser tomada a segunda dose e aos seis meses, a terceira. Os responsáveis também devem levar as crianças para tomar duas doses de reforço, sendo uma aos 15 meses e outra aos quatro anos, e sempre que houver campanha de vacinação.
Os pais devem levar seus filhos a uma das 171 salas de vacina da Semsa disponíveis no link bit.ly/salasdevacinamanaus. Os usuários precisam levar documento oficial de identificação e a caderneta de vacinação da criança.
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