Apesar de gravidade da cheia no AM, subida do rio Negro ainda não pode ser mensurada, diz CPRM


14 de março de 2021
Apesar de gravidade da cheia no AM, subida do rio Negro ainda não pode ser mensurada, diz CPRM
Município de Boca do Acre, no Amazonas, está em Situação de Emergência.(Reprodução/Defesa Civil)

Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – Apesar da cheia dos rios que banham o Amazonas já ter afetado 72.273 pessoas e 10.833 famílias até o momento, ainda não é possível fazer uma previsão de mais subidas dos rios. Assim como o rio Negro, que banha a capital amazonense, conforme aponta o Serviço Geológico do Brasil (CPRM).

Os atingidos estão em 25 municípios localizados nas calhas dos rios Purus, Madeira, Juruá e Baixo Amazonas. Os dados constam no relatório da Defesa Civil do Amazonas divulgado na última sexta-feira, 12. Desses municípios, 13 estão em Situação de Atenção, oito em Emergência, dois em Alerta, dois em Transbordamento e dois decretaram Situação de Inundação.

De acordo com a pesquisadora responsável pelo Sistema de Alerta Hidrológico do CPRM, Luna Gripp Alves, em janeiro deste ano houve um excesso de chuva em toda a Bacia Amazônica. Fenômeno que ocasionou subida dos rios em toda a bacia além do esperado. No entanto, a pesquisadora afirma que ainda é cedo para afirmar se esse volume irá se manter até o pico da cheia dos rios, geralmente entre junho e julho.

Municípios atingidos estão nas calhas dos principais rios do Estado (Arte: Guilherme Oliveira/Revista Cenarium)

“A partir do mês de janeiro, as chuvas já foram voltando para a taxa de normalidade, mas os níveis dos rios continuaram subindo, como é totalmente normal para esta época do ano. A tendência é que a velocidade de subida dos rios estabilize nos próximos dias. Então, uma previsão numérica, se vamos ter uma grande cheia, só é possível a partir do final do mês de março”, afirmou Luna Gripp.

Indicadores

A pesquisadora indicou ainda que, em uma das estações que o CPRM usa como indicadoras no Amazonas, na comunidade Tapeua, município de Coari, o nível do rio está bem distante da cota máxima que foi observada em 2015, quando bateu 18,1 metros, um nível anormal para o mês de março naquele ano.

“A gente usa como estações indicadoras o município de Coari e também a estação de Manacapuru. O comportamento está bem parecido nas duas estações, que acabam influenciando significativamente a Bacia do Rio Negro, principalmente próximo a Manaus. Então, a situação hoje é de nível acima do esperado em Tapeua, com 14,27 metros, mas ainda bem distante da cota máxima observada em 2015”, detalhou Luna Gripp.

Municípios afetados

De acordo com o relatório da Defesa Civil do Amazonas, os municípios afetados pela cheia dos rios até o momento são:

Situação de Atenção: Humaitá, Apuí, Manicoré, Novo Aripuanã, Borba, Nova Olinda do Norte, Barreirinha, Boa Vista do Ramos, Nhamundá, Urucará, São Sebastião do Uatumã, Parintins e Maués.

Situação de Alerta: Juruá e Lábrea.

Situação de Transbordamento: Canutama e Tapauá.

Situação de Emergência: Guajará, Envira, Eirunepé, Itamarati, Ipixuna, Carauari, Pauini e Boca do Acre.

Operação Enchente 2021

O governador Wilson Lima lançou na última semana a Operação Enchente 2021, com o anúncio de um pacote de ações para minimizar os impactos sofridos pela população dos municípios que será afetada ou que já está isolada pela cheia dos rios neste ano. O investimento será de mais R$ 67 milhões em ações como ajuda humanitária; crédito e anistia de dívidas; apoio ao setor primário; e instalação de abrigos e de estações de tratamento de água.

A previsão do Governo do Amazonas é que 50 municípios sejam afetados pela enchente neste ano.

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