Após afastamento de Antônio Andrade, Boi Garantido pode ter eleição antecipada

Carolina Givoni – Da Revista Cenarium

MANAUS – Após o afastamento do presidente do Boi Garantido, Antônio Andrade, e da vice-presidente, Ida Silva, na noite de sexta-feira, 23, o diretor administrativo Adson Buretama é o novo comandante da agremiação encarnada. E de acordo informações exclusivas à REVISTA CENARIUM, a eleição da nova presidência, prevista para setembro, pode ser antecipada após a finalização do Festival Folclórico de Parintins.

“O Estatuto do Boi Garantido está sendo analisado para que os trâmites sejam cumpridos de forma legal. Mas já temos a certeza de que Antônio Andrade não volta mais. Para mim, isso é irreversível”, diz a fonte, que também ressalta que o afastamento foi ocasionado pela má gestão e é válido apenas para os cargos de presidência e vice-presidência.

Com isso, a diretoria assume o comando, por dez dias, até a manifestação da defesa jurídica de Antônio Andrade. A fonte também afirma que o afastamento apenas coincidiu com a data do festival. “Após o prazo estipulado, o conselho de ética vai avaliar se afasta ou não, em definitivo, Antônio, vão ter assembleias e outras ações. Existe a possibilidade dele voltar, mas para mim é pífia”, complementa.

Pedido de afastamento

Na quarta-feira, 21, o conselho emitiu um outro ofício que pedia o afastamento dos dois cargos e de toda a mesa diretora que compõe o boi vermelho e branco. No documento, o conselho alegou que a gestão de Andrade era “temerária e omissa”, além de expressar a falta de transparência dos recursos públicos destinados ao boi-bumbá.

O pedido de afastamento surgiu após Antônio Andrade informar na segunda-feira, 19, que a situação financeira do boi vermelho e branco não ia bem, acarretando em uma possível ausência nas apresentações dos três dias na arena do Bumbódromo em Parintins.

Andrade enviou um ofício para o secretário de Cultura do Amazonas, Marcos Apolo Muniz, solicitando auxílio financeiro para poder equilibrar as finanças e realizar os pagamentos dos trabalhadores. O pedido repercutiu mal, após a exposição dos R$ 13,6 milhões recebidos pela agremiação em 2023.

Os valores recebidos foram de R$ 5.000.000 do Estado do Amazonas; R$ 4.500.000 em patrocínios; mais R$ 1.250.000 da Coca-Cola; além de R$ 2.900.000 da venda de ingresso de Bilheteria.