Após fake news sobre mortes, campanha reforça importância da vacinação em aldeias indígenas


19 de fevereiro de 2021
Após fake news sobre mortes, campanha reforça importância da vacinação em aldeias indígenas
Resistência da população indígena em aceitar a vacinação preocupa equipes de Saúde (Divulgação)

Com informações da assessoria

AMAZONAS – Na tríplice fronteira (Brasil, Peru e Colômbia), com cerca de um terço da população indígena na região do Alto Rio Solimões, as ações de conscientização sobre a importância da vacinação contra a Covid-19 precisaram ser reforçadas em aldeias e comunidades ribeirinhas. A intensificação de campanhas ocorre após equipes de Saúde relatarem resistência de indígenas por conta de fake news relacionados a morte de lideranças que foram imunizadas contra o novo coronavírus.

Segundo a Prefeitura de Benjamin Constant (a 1.112 quilômetros de Manaus) e o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei Alto Rio Solimões), na primeira etapa do Programa Nacional de Imunizações (PNI) em execução no município, parte das vacinas foi destinada à população indígena, que é um dos grupos prioritários.

“A vacinação na primeira etapa veio para imunizar todos os indígenas aldeados do município. Vieram 7.462 doses, que seria a população deles. Mas alguns têm recusado, sejam os aldeados ou os que vivem nas comunidades ribeirinhas”, relatou a enfermeira Sandy Helena, coordenadora do PNI em Benjamin.

Segundo o prefeito da cidade, David Bemerguy (MDB), após indígenas que ainda não foram imunizados perceberem que os vacinados têm apresentado boa reação, eles acabam aceitando receber a vacinação. De acordo com o Vacinômetro divulgado pela Prefeitura de Benjamin Constant, com os dados atualizados nessa terça-feira, 16, o total de vacinados na área de indígenas aldeados é de 5.060.

“Muitos ainda são influenciados por pensamentos religiosos, no que a igreja prega nas comunidades. Alguns acham que vão virar jacaré ou terão algum chip implantado. Respeitamos as crenças de cada um, mas precisamos orientar”, disse a enfermeira Sandy.

A resistência da população indígena em aceitar a vacinação preocupa as equipes e os órgãos responsáveis pelo enfrentamento à Covid-19. Segundo dados da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), o Alto Solimões é a região do Amazonas com maior número de mortes de indígenas por Covid-19. Foram registrados 42 óbitos desde o início da pandemia.

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