Após fake news sobre mortes, campanha reforça importância da vacinação em aldeias indígenas

Resistência da população indígena em aceitar a vacinação preocupa equipes de Saúde (Divulgação)

Com informações da assessoria

AMAZONAS – Na tríplice fronteira (Brasil, Peru e Colômbia), com cerca de um terço da população indígena na região do Alto Rio Solimões, as ações de conscientização sobre a importância da vacinação contra a Covid-19 precisaram ser reforçadas em aldeias e comunidades ribeirinhas. A intensificação de campanhas ocorre após equipes de Saúde relatarem resistência de indígenas por conta de fake news relacionados a morte de lideranças que foram imunizadas contra o novo coronavírus.

Segundo a Prefeitura de Benjamin Constant (a 1.112 quilômetros de Manaus) e o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei Alto Rio Solimões), na primeira etapa do Programa Nacional de Imunizações (PNI) em execução no município, parte das vacinas foi destinada à população indígena, que é um dos grupos prioritários.

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“A vacinação na primeira etapa veio para imunizar todos os indígenas aldeados do município. Vieram 7.462 doses, que seria a população deles. Mas alguns têm recusado, sejam os aldeados ou os que vivem nas comunidades ribeirinhas”, relatou a enfermeira Sandy Helena, coordenadora do PNI em Benjamin.

Segundo o prefeito da cidade, David Bemerguy (MDB), após indígenas que ainda não foram imunizados perceberem que os vacinados têm apresentado boa reação, eles acabam aceitando receber a vacinação. De acordo com o Vacinômetro divulgado pela Prefeitura de Benjamin Constant, com os dados atualizados nessa terça-feira, 16, o total de vacinados na área de indígenas aldeados é de 5.060.

“Muitos ainda são influenciados por pensamentos religiosos, no que a igreja prega nas comunidades. Alguns acham que vão virar jacaré ou terão algum chip implantado. Respeitamos as crenças de cada um, mas precisamos orientar”, disse a enfermeira Sandy.

A resistência da população indígena em aceitar a vacinação preocupa as equipes e os órgãos responsáveis pelo enfrentamento à Covid-19. Segundo dados da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), o Alto Solimões é a região do Amazonas com maior número de mortes de indígenas por Covid-19. Foram registrados 42 óbitos desde o início da pandemia.

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