Após ondas de protestos, Trump assina decreto para reforma no sistema policial dos EUA


17 de junho de 2020
Após ondas de protestos, Trump assina decreto para reforma no sistema policial dos EUA
Ativistas consideram medida insuficiente, mesmo após o presidente dos EUA, Donald Trump, assinar ordem executiva sobre sobre reforma policial. (Reprodução/Internet)

Da Revista Cenarium*

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta terça-feira, 16, o decreto que ordena uma reforma limitada das forças de segurança para tentar responder a onda de protestos no país contra a violência policial e contra o racismo.   

A medida condiciona o financiamento e as garantias das forças policiais a proibição de manobras de sufocamento como as utilizadas em George Floyd, morto após passar quase 9 minutos tendo o pescoço pressionado pelo joelho de um policial branco, em Minneapolis.

O decreto também determina que o secretário de Justiça dos Estados Unidos, Jeff Sessions, identifique e desenvolva oportunidades de treinamento e saúde mental dos policiais e das pessoas em situação vulnerável.

Segundo Trump, que recebeu familiares de mortos em ações policiais, tais práticas somente seriam permitidas se a vida do oficial de segurança estiver em risco.

O decreto também determina que o Secretário de Justiça dos EUA “identifique e desenvolva oportunidades” de treinamento de saúde mental dos policiais e das pessoas em situação de vulnerabilidade.

Autoridades do governo disseram que a ordem terá como objetivo incentivar os departamentos de polícia a melhorar, mediante a aprovação federal de subsídios discricionários a boas práticas de policiamento.

A ordem incentivaria os departamentos de polícia a empregar os mais recentes padrões para uso da força; melhorar o compartilhamento de informações para que os policiais com histórico de má qualidade não sejam contratados sem que seus antecedentes sejam conhecidos e acrescentar assistentes sociais às respostas da polícia a casos não violentos que envolvem dependência de drogas e falta de moradia, disseram autoridades.

Reforma limitada

A reforma assinada por Trump foi considerada limitada pelos grupos de direitos humanos norte-americanos. O presidente já sinalizava que não adotaria um tom mais duro com as forças policiais: pelo Twitter, ele vem insistindo no mote “lei e ordem”, tendo em vista um eleitorado mais conservador nas eleições de novembro.

Isso porque os protestos que reúnem milhões de pessoas nos EUA têm manifestantes que pedem o fim do financiamento às polícias como principal reivindicação. A ideia seria realocar para outras áreas como prevenção e apoio os recursos que seriam destinados às forças policiais.

Na semana passada, Trump negou a possibilidade de retirar o financiamento das forças policiais. “Quando eu vi isso, eu disse: ‘Do que vocês estão falando?’ ‘Não queremos polícia’, eles disseram. Vocês não querem polícia?”, indagou o presidente durante um evento em 7 de junho.

Ainda assim, prefeitos das duas maiores cidades dos EUA — Nova York e Los Angeles — anunciaram que planejam cortes nas verbas destinadas à polícia. O dinheiro seria alocado, no caso de Nova York, a projetos de serviço social e para a juventude.

Projetos na Câmara e Senado

Paralelamente, a Câmara dos Representantes dos EUA — controlada pela oposição — pretende votar neste mês um projeto de lei que estabeleceria reformas mais profundas. Por exemplo, as vítimas de abuso policial poderiam processar as forças de segurança — algo que os governistas discordam.

Por isso, o Partido Republicano, maioria no Senado, também pretende passar um projeto de reforma menos contundente. A proposta incluiria restrições no uso de técnicas de sufocamento e adoção de câmeras instaladas nas roupas dos policiais, entre outras medidas.

(*) Com informações da Agência Brasil

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