Após recuperação judicial, Latam vai demitir 2.700 funcionários no Brasil


31 de julho de 2020
Após recuperação judicial, Latam vai demitir 2.700 funcionários no Brasil
Empresa já abriu processo de pedido de demissão voluntária (Rodrigo Garrido/Reuters)

Da Revista Cenarium*

MANAUS – A companhia aérea Latam anunciou nesta sexta-feira, 31, que vai começar a demitir seus tripulantes. O corte deve atingir, ao menos, 2.700 profissionais, segundo a empresa. A empresa tem cerca de 7.000 tripulantes, sendo 5.000 comissários e 2.000 pilotos. Devem sair aproximadamente 2.000 comissários e 700 pilotos.

O anúncio acontece após o fim da assembleia com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA). A companhia havia feito uma proposta para alterar a política de remuneração, reduzindo definitivamente os salários, mas foi rejeitada.

A empresa já abre nesta sexta o processo de pedido de demissão voluntária, que deve ser feito até terça-feira, 4. Depois disso, começam os desligamentos.

Em comunicado, a Latam, que enfrenta uma recuperação judicial, falou do impacto da pandemia sobre a indústria mundial de aviação e disse ser a empresa que oferece a maior remuneração aos tripulantes em voos domésticos e internacionais.

A companhia vinha defendendo que, mesmo que fizesse uma redução definitiva no pagamento de seus profissionais, eles não ganhariam menos que os tripulantes da Azul e da Gol, suas concorrentes no mercado doméstico.

“A empresa tem a necessidade de equiparar seu modelo atual de remuneração às práticas do setor, haja visto, que historicamente, esta pauta foi objeto de negociação da empresa com o SNA e a atual crise da pandemia torna esta medida ainda mais imprescindível para a Latam.”

Na semana passada, já era esperado que a proposta da Latam não avançaria. Na segunda, 27, quase 90% dos comandantes, copilotos e comissários rejeitaram. As negociações da empresa vinham difíceis desde o início do mês. Azul e Gol conseguiram fechar seus acordos com corte de salário temporário.

Ondino Dutra, presidente do sindicato dos aeronautas, afirma que todos perdem e que o desfecho das negociações mostrou que o objetivo da empresa era fazer uma redução de remunerações permanente, enquanto a categoria buscava preservar empregos e direitos.

“Enquanto muitos tripulantes perderão empregos, a empresa terá altos custos com pagamento de rescisões e, com seu quadro reduzido, estará menos preparada para uma retomada do setor aéreo”, afirma Dutra.

(*) Com informações da Folhapress

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