Após suspensão de vendas à China, frigoríficos brasileiros perdem até R$ 132 milhões por dia
15 de março de 2023
Carnes bovinas em frigorífico (Divulgação/Abiec)
Da Revista Cenarium*
SÃO PAULO – Os frigoríficos brasileiros de carne bovina estão perdendo entre US$ 20 milhões (R$ 105 milhões na cotação desta quarta) e US$ 25 milhões (R$ 132 milhões), por dia útil, depois que um embargo comercial interrompeu as vendas para a China, disse a consultoria de agronegócios Datagro Pecuária.
A estimativa é baseada nos preços atuais de exportação da carne bovina, variando entre US$ 4.800 e US$ 5.000 (R$ 25.395 a R$ 26.400) por tonelada, mostraram dados enviados à agência de notícias Reuters, nesta quarta-feira, 15.
Prateleira de carnes em supermercado em Curitiba (Eduardo Matysiak/23.fev.23/AFP)
O Brasil suspendeu, voluntariamente, as vendas de carne bovina para a China, em 23 de fevereiro, após relatar um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como doença da vaca louca, em conformidade com os protocolos sanitários.
Uma investigação posterior considerou o caso “atípico”, o que significa que o Brasil manteve seu status de risco insignificante para EEB e pode retomar as exportações para a China. A suspensão da proibição, no entanto, depende da aprovação formal de Pequim.
As autoridades brasileiras disseram que todas as informações relevantes sobre o caso da vaca louca foram compartilhadas com a China.
O governo, agora, planeja persuadir Pequim a suspender a proibição antes ou durante uma visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China no final de março.
O ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, viajará à China antes do presidente Lula, como forma de adiantar algumas discussões.
Duas proibições semelhantes ao comércio de carne bovina envolvendo a China duraram 13 dias em 2019 e 103 dias em 2021, segundo a Datagro, forçando os frigoríficos brasileiros a abastecer clientes chineses a partir de suas outras fábricas sul-americanas.
No ano passado, o Brasil exportou um total de 1,9 milhão de toneladas de carne bovina in natura, sendo que cerca de 62% foi para a China.
O Brasil é o maior fornecedor de carne bovina para a China, à frente dos concorrentes Argentina e Uruguai, respondendo por 40,5% de suas importações, segundo a Datagro Pecuária.
A China também importa carne bovina da Nova Zelândia, Estados Unidos e Austrália.
Em uma base diária, o Brasil enviou cerca de 4.700 toneladas de carne bovina para a China, em 2022, mostraram dados da Datagro.
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