Após suspensão de vendas à China, frigoríficos brasileiros perdem até R$ 132 milhões por dia

Carnes bovinas em frigorífico (Divulgação/Abiec)
Da Revista Cenarium*

SÃO PAULO – Os frigoríficos brasileiros de carne bovina estão perdendo entre US$ 20 milhões (R$ 105 milhões na cotação desta quarta) e US$ 25 milhões (R$ 132 milhões), por dia útil, depois que um embargo comercial interrompeu as vendas para a China, disse a consultoria de agronegócios Datagro Pecuária.

A estimativa é baseada nos preços atuais de exportação da carne bovina, variando entre US$ 4.800 e US$ 5.000 (R$ 25.395 a R$ 26.400) por tonelada, mostraram dados enviados à agência de notícias Reuters, nesta quarta-feira, 15.

Prateleira de carnes em supermercado em Curitiba (Eduardo Matysiak/23.fev.23/AFP)

O Brasil suspendeu, voluntariamente, as vendas de carne bovina para a China, em 23 de fevereiro, após relatar um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como doença da vaca louca, em conformidade com os protocolos sanitários.

PUBLICIDADE

Uma investigação posterior considerou o caso “atípico”, o que significa que o Brasil manteve seu status de risco insignificante para EEB e pode retomar as exportações para a China. A suspensão da proibição, no entanto, depende da aprovação formal de Pequim.

As autoridades brasileiras disseram que todas as informações relevantes sobre o caso da vaca louca foram compartilhadas com a China.

O governo, agora, planeja persuadir Pequim a suspender a proibição antes ou durante uma visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China no final de março.

O ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, viajará à China antes do presidente Lula, como forma de adiantar algumas discussões.

Duas proibições semelhantes ao comércio de carne bovina envolvendo a China duraram 13 dias em 2019 e 103 dias em 2021, segundo a Datagro, forçando os frigoríficos brasileiros a abastecer clientes chineses a partir de suas outras fábricas sul-americanas.

No ano passado, o Brasil exportou um total de 1,9 milhão de toneladas de carne bovina in natura, sendo que cerca de 62% foi para a China.

O Brasil é o maior fornecedor de carne bovina para a China, à frente dos concorrentes Argentina e Uruguai, respondendo por 40,5% de suas importações, segundo a Datagro Pecuária.

A China também importa carne bovina da Nova Zelândia, Estados Unidos e Austrália.

Em uma base diária, o Brasil enviou cerca de 4.700 toneladas de carne bovina para a China, em 2022, mostraram dados da Datagro.

(*) Com informações da Folhapress
PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.