App amazonense que ajuda no trabalho de parto faz campanha por financiamento

Grávida mostra aplicativo em tela de celular (Divulgação)
Da Revista Cenarium*

MANAUS (AM) – Toda mulher em trabalho de parto precisa passar pelo exame de toque. Ele permite avaliar a dilatação cervical, a posição do bebê, a consistência do colo do útero e o estágio de descida da criança no canal de parto. O procedimento é realizado manualmente pelo profissional de saúde e é frequentemente descrito como invasivo e desconfortável pelas gestantes, tornando a experiência de parto menos positiva.

Durante o trabalho de parto, a gestante pode passar pelo exame de toque de 3 a 10 vezes, ou mais, durante um tempo médio de 12h a 24h. O número de repetições do procedimento depende do progresso do parto e das práticas específicas do hospital ou da equipe de saúde. A cada repetição, aumenta o desconforto físico e psicológico da parturiente, além de apresentar riscos potenciais como a introdução de patógenos, contribuindo para o riscos de infecções já comprovados e, inclusive, reportados em publicações científicas.

Grávida explora funcionalidades do aplicativo PIÁ (Divulgação)

E foi, justamente, o desconforto com o procedimento durante o trabalho de parto que despertou na professora P.hD Ana Carolina Oliveira Lima o interesse em pesquisar uma solução para reduzir interações como o exame de toque e outros que possam ser desconfortáveis ou que favoreçam a violência obstétrica.

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“Durante o trabalho de parto da minha filha senti muito incômodo com a realização do exame de toque e pensei: Como, com tanta tecnologia disponível nos dias de hoje, a obstetrícia continua tão atrasada nesse quesito?”, comenta Ana Lima, fundadora do CICARI, StartUp amazonense que está desenvolvendo o aplicativo PIÁ.


Um app para a mãe e para os médicos

Ana Lima explica que o aplicativo PIÁ está sendo desenvolvido com o objetivo de ajudar tanto as mães quanto os profissionais de saúde que estejam acompanhando a gravidez. Os usuários terão acesso a informações atualizadas, fruto de um trabalho de pesquisa automatizada em toda a rede mundial de computadores. “Desenvolvemos uma tecnologia que consegue identificar a publicação de um estudo científico em qualquer lugar do mundo. Esse artigo é traduzido de forma técnica para os profissionais de saúde e em linguagem simples e didática para a gestante”, exemplifica Ana Lima.

Outro recurso inovador do PIÁ é o sistema de notificações em cores, estruturado em uma escala Likert, semelhante a um semáforo, variando do verde ao vermelho. Esse sistema ajuda os utilizadores (profissionais da saúde, gestates e familiares) a compreenderem o grau de importância das informações recebidas, orientando sobre os cuidados necessários em cada etapa da gestação. Essa abordagem garante que tanto gestantes quanto profissionais de saúde recebam as orientações adequadas de acordo com seu nível de entendimento e necessidade, promovendo uma experiência de parto mais informada, segura e positiva.

Mulher em trabalho de parto (Divulgação)


Além do trabalho de informar, o aplicativo amazonense também está sendo projetado para se integrar a outros sistemas de saúde, ampliando seu alcance e eficácia. Desta forma, as informações de todo o processo de gravidez da usuária pode ser compartilhadas com o sistema de saúde (público/privado) da paciente, ampliando o leque de suporte à parturiente. Com esta abordagem interativa, o aplicativo oferece uma nova experiência de parto mais conectado, com informações confiáveis e adaptadas às necessidades de cada usuário(a).

Vote e ajude a financiar a pesquisa

O aplicativo amazonense já está em fase avançada e estará disponível para testes nas plataformas iOS e Android nas próximas semanas. Porém, algumas funcionalidades importantes ainda estão em desenvolvimento pela equipe CICARI. Entre elas está a criação de um plano de parto e a monitorização da mãe e do feto, além de um conjunto de soluções para reduzir interações como o exame de toque, e outros exames que possam ser desconfortáveis e previnam a violência obstétrica.

“Por isso entramos com uma candidatura para receber investimento na plataforma ICLTank. Fomos selecionados na primeira fase e, agora, precisamos da participação popular. Qualquer pessoa pode votar gratuitamente pelo link https://icltank.com.br/pia-aplicativo-de-parto-inteligente/ e ajudar o Amazonas a entrar na vanguarda da medicina obstetrícia com o nosso aplicativo”, destaca a professora, informando que cada pessoa pode votar uma vez por dia até 31 de maio.

Leia mais: Saber ancestral: parteiras unem tradição e ciência no cuidado com mulheres
(*) Com informações da assessoria
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