Artista indígena realiza exposição em centro cultural no Rio de Janeiro

Artista indígena da etnia Wanano, Dhiani Pa’saro, com sua exposição no Rio de Janeiro (Divulgação)
Da Revista Cenarium*

MANAUS (AM) – O artista indígena da etnia Wanano, Dhiani Pa’saro, está com exposição da obra Khaapi, sob o nome “O Sagrado na Amazônia”, nesta quinta-feira, 20, e que ficará disponível até dia 17 de setembro, no térreo do Centro Cultural Inclusartiz, no Rio de Janeiro. A obra faz a narrativa da passagem de conhecimento do cacique Wanano para o filho, acerca do ritual de produção da ayahuasca.

O artista explica que a bebida é utilizada em rituais sagrados de conexão dos Wanano com o universo do inconsciente, em que poderão obter respostas para a caminhada coletiva do povo e também para trajetórias pessoais.

“A obra traz uma espécie de portal que abre acima das cabeças do cacique e do filho do cacique (personagens da obra). Este portal tem forma de escada e é o mundo superior que abre com a força dos cipós e das plantas. É por meio do ritual da ayahuasca que os Wanano conversam com as pessoas, com os ancestrais”, explica.

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Dhiani Pa’saro é representado pela Manaus Amazônia Galeria de Arte e suas obras estão à disposição para comercialização em Manaus e em São Paulo.

A curadoria é de Paulo Herkenhoff, pesquisador que há mais de 40 anos se dedica ao fomento da produção artística no Norte do País e ao debate crítico acerca do conceito histórico de “visualidade amazônica”.

A exposição ‘Sagrado na Amazônia’ tem a curadoria de Paulo Herkenhoff (Divulgação)
Artistas amazônicos

O “Sagrado na Amazônia” conta com uma significativa presença de artistas originários da região amazônica brasileira. Além de Dhiani, o artista amazonense Denilson Baniwa e Rita Huni Kuin, do Acre, e também de povos da Amazônia Internacional, como a peruana Lastenia Canayo. São 75 trabalhos produzidos a partir de diversos suportes, entre pinturas, fotografias, vídeos, objetos e esculturas; além de documentos históricos.

Na exposição, o curador destaca que “entre os rituais indígenas milenares, a cerimônia da ayahuasca vem se espalhando pelas cidades de todo o Brasil. O curador adjunto Lucas Albuquerque apresenta a bebida sagrada com mais detalhes por meio de um texto presente na exposição, tendo sido, inclusive, o introdutor de pinturas da artista Shipibo-Konibo Lastenia Canayo e do próprio Dhiani Pa’saro”, explica Herkenhoff.

Instituto Inclusartiz

Fundado em 1997 por Frances Reynolds, o Instituto Inclusartiz é uma organização cultural não governamental, sem fins lucrativos, sediada no Rio de Janeiro, que tem por objetivo promover a arte contemporânea global por meio da formação de artistas, curadores e pesquisadores em diversas etapas de suas carreiras.

Desde 2021, o instituto conta com um centro cultural na Praça da Harmonia, na Gamboa, região portuária do Rio de Janeiro. O polo cultural e criativo abriga um conjunto de iniciativas nas áreas da arte, educação e sustentabilidade, com uma programação orientada a partir de núcleos diversos: residências artísticas; educativo; comunitário; expositivo; pesquisa e publicações; sustentabilidade e engajamento social.

As atividades do Instituto Inclusartiz são realizadas com patrocínio da Icatu, do VLT Carioca e do Instituto CCR. O programa expositivo conta com apoio do ateliê Thiago Barros ArteLab.

Mais informações em https://inclusartiz.org/

Leia mais: Bienal das Amazônias vai reunir mais de 120 artistas em Belém
(*) Com informações da assessoria
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