Bebês da etnia Yanomami são internados em São Gabriel da Cachoeira, no AM


11 de agosto de 2020
Bebês da etnia Yanomami são internados em São Gabriel da Cachoeira, no AM
Quatro bebês Yanomami chegaram desidratados ao hospital de São Gabriel da Cachoeira (Raquel Uendi/ISA)

Da Revista Cenarium*

MANAUS – Cinco bebês Yanomami foram levados às pressas de helicóptero a São Gabriel da Cachoeira neste final de semana. No domingo, 9, quatro indígenas chegaram no município a 852 quilômetros da capital amazonense com um quadro severo de desidratação. Três deles foram diagnosticados com Covid-19 e um ainda é tratado como caso suspeito, já que o pai foi contaminado. Um dia antes, uma menina de um ano e oito meses foi internada com quadro de pneumonia e Covid-19.

Na chegada ao hospital, as quatro mães Yanomami foram recebidas pelo pediatra de plantão, José Antonio Candeia, do Hospital de Guarnição (HGU). “Quem levou esse vírus para lá, meu Deus?”, questionou o médico ainda na recepção.

Acompanhados pela enfermeira do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), Yanomami Eliane Sanches, intérprete da língua nativa diz que os bebês foram internados com diarreia e vômito. Segundo ela, são os “sintomas de Covid-19 que as crianças de Maiá estão apresentando”.

Além dos cinco bebês transferidos, outras seis crianças estão internadas na aldeia Maiá, com administração de soro, segundo Patrícia Nunes, do DSEI-Yanomami. Ainda não há diagnóstico de Covid-19, mas todas têm sintomas da doença, afirmou a enfermeira pelo telefone público da comunidade.

Caso nacional

Em 9 deste ano, o adolescente Alvanei Xirixana, 15, havia morrido em um hospital de Boa Vista (RR). Ele morava longe de Maturacá (a Terra Indígena Yanomami inclui parte dos estados de Amazonas e Roraima e abriga cerca de 27 mil pessoas).

Apesar de ter uma base do Exército, a região de Maturacá é rota de garimpeiros ilegais, muitos deles cruzando para garimpos clandestinos na Venezuela. Organizações indígenas estimam que haja 25 mil garimpeiros ilegais dentro do território ianomâmi.

Com 9,6 milhões de hectares, a TI Yanomami é a maior terra indígena do Brasil. Foi homologada em 1992, pelo então presidente Fernando Collor.

(*) Com informações da Funai

O que você achou deste conteúdo?

VOLTAR PARA O TOPO
Visão Geral de Privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.