Brasília espera 5 mil participantes para conferência de mulheres indígenas


Por: Ana Cláudia Leocádio

04 de agosto de 2025
Brasília espera 5 mil participantes para conferência de mulheres indígenas
Mulheres indígenas vão marchar em Brasília (Reprodução/André Guajajara via Agência Pará)

BRASÍLIA (DF) – Brasília recebe, nesta segunda-feira, 4, até quarta-feira, 6, a 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, que deve reunir cerca de 5 mil participantes de todas as regiões do País. Coordenada pelos ministérios dos Povos Indígenas (MPI) e das Mulheres (MMulheres), o tema escolhido para esta primeira edição será “Mulheres Guardiãs do Planeta pela cura da Terra”.

Além do governo federal, a Conferência tem apoio da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga), que promoverá a 4ª Marcha das Mulheres Indígenas, na quinta-feira, 7. Com o lema “Nosso corpo, nosso território: somos as guardiãs do planeta”, elas marcharão até o Congresso Nacional para um ato político cultural, às 14h. A última edição da marcha ocorreu em 2023.

A cerimônia de abertura da 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas será realizada nesta segunda-feira, às 20h, no Espaço Cultural Ibero-Americano (antiga Funarte), em Brasília. Além das ministras Sônia Guajajara (MPI) e Márcia Lopes (MMulheres), a diretora-executiva da Anmiga, Joziléia Kaingang, também participará da solenidade.

Conforme informações do governo federal, para a realização dessa primeira edição, foram realizadas sete etapas regionais de ampla consulta e colaboração às políticas públicas propostas, que contou com a participação de mulheres indígenas de todas as regiões do País.

Os dias de encontro devem começar às 9h e terminar às 19h, com a discussão de cinco eixos temáticos: Direito e Gestão Territorial, Emergência Climática, Políticas Públicas e Violência de Gênero, Saúde, e, por último, Educação e transmissão de saberes ancestrais para o bem viver.

A previsão é de que as demandas sejam entregues ao governo federal, ao final da conferência, e este também anuncie um pacote de políticas públicas para s mulheres indígenas do Brasil.

Protagonismo feminino em perigo

O relatório 2024 do Conselho Indigenista Missionário da “Violência contra os Povos Indígenas no Brasil” traz um dado preocupante sobre protagonismo feminino indígena como lideranças nos movimentos de luta pelos direitos dos povos originários. Conforme o documento, dos 211 assassinatos de indígenas registrados ano passado, 52 foram mulheres. Em 2023, foram 29 indígenas mortas, um aumento de quase 80% em um ano.

Um dos casos, ocorreu no território tradicional Caramuru-Catarina Paraguaçu, no Sul da Bahia, com o assassinato brutal da liderança Maria Fátima Muniz Andrade, conhecida como Nega Pataxó. Ela foi morta durante um ataque por cerca de 200 homens supostamente enviados pelo movimento “Invasão Zero” para efetuar uma reintegração de posse ilegal. Outros indígenas ficaram feridos.

Leia mais: Veja como mulheres indígenas se organizam para produzir filmes

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