Diovana Rodrigues — Da Revista Cenarium
MANAUS — “CADÊ OS YANOMAMI?” é um dos assuntos mais comentados do Twitter nesta terça-feira, 3. A pergunta se refere ao caso da invasão de uma comunidade Yanomami por garimpeiros, resultando no estupro e morte de uma adolescente. Após o episódio, as casas da comunidade foram queimadas e os indígenas desapareceram.
Quando perguntado pela CENARIUM sobre o paradeiro dos Yanomami, após o incêndio em suas terras, o líder indígena Dário Kopenawa relata que ainda não se sabe. “Estamos investigando ainda sobre isso”, afirma. A resposta para os trending topics, portanto, continua vaga.
Sobre o caso, Júnior Hekurari Yanomami, presidente do Conselho de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana (Condisi–YY), denunciou, em relatório, a morte de uma menina de 12 anos, vítima de violência sexual, além de expor as trocas realizadas entre o povo indígena e os garimpeiros.
A extensão territorial da Terra Yanomami é de, aproximadamente, 10 milhões de hectares distribuídos nos Estados de Roraima e Amazonas. Com mais de 28,1 mil indígenas residentes na região, incluindo os isolados, em 371 comunidades. Os principais problemas enfrentados são a exploração ilegal, a destruição dos rios e floresta, a disseminação de doenças e a falta de segurança das comunidades. A Comunidade Aracaçá, no Estado de Roraima (RR), sofreu um ataque incendiário, mas ainda não se sabe quem cometeu o crime.
Sumiço dos Yanomami no Trending topics
Em tweets selecionados, a comunidade Anonymous, conjunto de hackers mundiais que geralmente comenta sobre injustiças socais e a favor dos direitos humanos, comentou sobre o massacre dos povos originais da Amazônia.
Laura Sabino, da Comunicação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), de Minas Gerais (MG), comentou sobre o sumiço dos Yanomami.
Leandro Barbosa, repórter do “Projeto Solos”, iniciativa com conteúdo audiovisual sobre Direitos Humanos, Humanitários e Meio Ambiente, fala sobre a falta de respostas.
Juliana Lourenço, jornalista e indígena Kariri / Tarairiú-Otxukayana, comenta sobre a dualidade da relevância da pauta nos meios de comunicação.
Clayson Felizola, jornalista e professor pós-graduado em Filosofia, comenta sobre o “absurdo” da situação.
Alice Pataxó, ativista e comunicadora indígena, relata sobre a sua preocupação e indignação com fatos recentes.
O senador Humberto Costa (PT-PE) comenta sobre a aprovação de diligência para apurar ações de combate ao garimpo na Terra Yanomami.