Capitão da seleção brasileira de handebol revela racismo contra equipe na Argentina

A seleção brasileira masculina de handebol (Reprodução/Redes Sociais/@thiaguspetrus)
Da Revista Cenarium*

RIO DE JANEIRO (RJ) – Três dias após a seleção brasileira masculina de handebol derrotar a Argentina, em Buenos Aires, e conquistar o título do Torneio Sul-Centro Americano, Thiagus Petrus, capitão da equipe, revelou que o time foi alvo de ataques racistas (bananas arremessadas em quadra) ao final da partida e, ele próprio, recebeu ofensas racistas em mensagens publicadas por argentinos em sua conta pessoal no Instagram.

“No final do último jogo, foram jogadas três bananas na quadra que eu vi, pode ser que tivesse mais alguma. Se isso não fosse suficiente, recebi mensagens discriminatórias, e coloco apenas uma delas que recebi. Difícil estar feliz com esse tipo de situação, mas certo de que estou no caminho certo se a minoria racista fica incomodada com o meu trabalho e dos meus companheiros!”, publicou o atleta de 34 anos.

O jogador chegou a compartilhar uma das mensagens que recebeu com injúrias racistas, na qual se lê “mono [macaco}, macacooooo da seleva. Voltem para lá, macaco de m…”. junto a emojis de gorila. Petrus omitiu a identidade do perfil argentino na rede social.

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Comentário com teor racista em postagem do jogador Thiagus Petrus (Reprodução/Redes Sociais/@thiaguspetrus)

Logo após o desabafo de Petrus, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) publicou nota no X (antigo Twitter), repudiando e condenando as manifestações racistas denunciadas pelo atleta

“Não há espaço para preconceito e é absurdo que, em 2024, ainda sejam vistos casos de discriminação e injúria no esporte ou em qualquer esfera da sociedade. O COB ressalta que este tipo de violência não deve ser tolerada e pede que as autoridades competentes investiguem e ajam de acordo com a gravidade do caso. Racismo é crime. Combatê-lo diariamente é dever de todos nós”.

Mais de seis horas após a denúncia feita pelo capitão da seleção, a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) também repudiou os atos racistas em Buenos Aires e afirmou, por meio de nota oficial, que “está oficializando a Confederação Sul Centro Americana de Handebol (Coscabal), organizadora da competição, e a Federação Internacional de Handebol (IHF), como órgão máximo da modalidade no mundo, para que tomem as devidas providências no sentido de coibir estes graves atos. Não podemos permitir que episódios deste tipo se repitam. A confederação exige enérgicas providências das entidades envolvidas para que esse tipo de situação não fique impune”.

Leia mais: Entenda como conteúdo produzido por casais inter-raciais pode se tornar racismo recreativo
(*) Com informações da Agência Brasil
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