‘Cenário de desmatamento na Amazônia pode agravar nos próximos meses’, alerta especialista


10 de abril de 2021
‘Cenário de desmatamento na Amazônia pode agravar nos próximos meses’, alerta especialista
Sob governo Bolsonaro, desmatamento e queimadas na Amazônia aumentaram (Reprodução/ Internet)

Jennifer Silva – Da Revista Cenarium

MANAUS – O ambientalista Carlos Durigan afirmou à Revista Cenarium, neste sábado, 10, que o desmatamento na Amazônia pode se agravar nos próximos meses com a aproximação do período de estiagem. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), por meio do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), o mês de março apresentou um dos maiores índices de desmatamento já registrado para o mês desde o começo da série histórica, totalizando 367 km² de área derrubada.

“Esse cenário pode piorar ainda, porque nós não estamos em um período seco do verão amazônico que chega daqui a pouco, nos próximos meses. O cenário pode piorar com o aumento desse desmatamento ainda mais e chegando também as queimadas, que vão causar também problemas, além da destruição do Patrimônio Natural e da biodiversidade”, explicou o ambientalista Carlos Durigan.

Além do aumento exponencial do desmatamento, que causa a destruição da floresta amazônica, o ambientalista alerta ainda para outros transtornos que isso pode representar para a região. “É um cenário preocupante que nós estamos vivendo e precisamos de fato uma mudança de postura do governo federal para enfrentar os problemas que nós vivemos. Além da pandemia, nós temos esse passivo de ações coordenadas e irresponsáveis em relação à agenda ambiental e social na Amazônia. Isso precisa ser fortalecido e o que nós estamos vendo é uma fragilização dessas agendas”, esclareceu.

Gestão ambiental

Carlos Durigan explica que um dos pontos que mais precisa ser trabalhado na região relacionado ao desmatamento é a gestão ambiental. “Há uma falta de um plano voltado ao desenvolvimento regional de desenvolvimento e sustentabilidade. Nós tínhamos um processo em construção que vinha já de muitos anos que, sob a coordenação do PTCDAM, o Plano de Proteção e Combate ao Desmatamento na Amazônia, onde nós tínhamos várias fases em processo de implementação que envolvia controle, fiscalização e combate aos ilícitos”, afirmou o ambientalista.

Coordenação

O ambientalista defende que há uma séria necessidade de estrutura para a fiscalização de políticas ambientais da região amazônica, pois há por parte, não somente dos Estados e municípios, mas principalmente do governo federal, a negação de ilícitos cometidos contra o meio ambiente, o que tornam fragilizadas as estruturas no governo federal. “Nós precisamos ter essas políticas centralizadas e coordenadas com as esferas de governos estaduais e municipais na Amazônia, porque esse é um cenário muito difícil que a gente está vivendo”, finalizou Carlos Durigan.

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