Cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos é cercada de problemas e mistério

Público na Cerimônia de abertura dos Jogos, só do lado de fora do estádio (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

Com informações do O Globo

TÓQUIO – Sobriedade é a palavra que deve marcar a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, marcada para começar às 8h (de Brasília), no Estádio Nacional, na sexta-feira. A ostentação que tradicionalmente marca o evento, seja de dinheiro e recursos tecnológicos, seja de calor humano, dará lugar ao comedimento.

Em um mundo ainda às voltas com a pandemia e em uma cidade cada vez mais contrária à realização do evento, ser discreto retrata bom senso. E não deixa de refletir um traço marcante da personalidade do povo anfitrião.

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O maior sinal de simplicidade deve acontecer justamente no ponto que deveria ser o mais alto da festa: o desfile das delegações. No Rio, foram mais de 12 mil atletas cruzando o Maracanã com sementes que serviriam para reflorestar uma área da Mata Atlântica em Deodoro. Em Tóquio, esse número será consideravelmente menor. Ainda não se tem ideia de quantos participarão da cerimônia, mas a prudência pede que seja a menor quantidade possível.

Haverá uma reunião sexta-feira (quinta no horário de Brasília), antes da cerimônia, entre organizadores e comitês olímpicos nacionais, para falar sobre o transporte das delegações até o estádio e como será essa dinâmica. É isso que está travando a decisão do Comitê Olímpico do Brasil (COB).

O GLOBO apurou que entre os dirigentes existem duas correntes: a de que vale a pena levar uma delegação pequena ao desfile no Estádio Nacional e outra que entende ser desnecessária a exposição de mais atletas aos riscos de contaminação da Covid-19. Neste caso, a ideia é ter apenas os dois porta-bandeiras, Bruninho, do vôlei, e a judoca Ketleyn Quadros.

O COB espera o posicionamento de outras delegações para tomar a sua decisão. Além de não destoar na cerimônia de abertura, existe a questão da logística. Não deve ser oferecido transporte exclusivo para cada delegação: ou seja, os ônibus devem ser compartilhados por atletas de delegações diferentes, o que aumenta o temor de todos.

Além disso, o Comitê Organizador dos Jogos sofre para colocar a cerimônia de pé. Houve ao menos três trocas na direção. Antes da pandemia, quando se imaginava uma festa luxuosa, ela coube ao premiado ator japonês Mansai Nomura. Com o adiamento da Olimpíada devido à pandemia, tudo pensado anteriormente foi jogado fora. A mensagem que seria passada ganhou peso maior do que a estética. Nomura então foi substituído pelo publicitário japonês Hiroshi Sazaki, responsável pela parte japonesa da cerimônia de encerramento da Rio-2016.

Escândalos pelo caminho

O problema é quando se esbarra na diferença entre a teoria e a prática. O Comitê Olímpico Internacional alterou o juramento olímpico que é tradicionalmente lido na cerimônia. Segundo a entidade, as mudanças têm por objetivo destacar valores como igualdade, solidariedade, inclusão e combate à discriminação. Então, em março, quando Sazaki fez uma piada gordofóbica contra uma popular comediante japonesa, não houve alternativa que não afastá-lo dos Jogos.

Outro que também rasgou o espírito olímpico foi o músico japonês Cornelius, responsável pela música tema dos Jogos de Tóquio. Ele pediu para não fazer mais parte das cerimônias de abertura e encerramento, onde sua música seria tocada, ao se descobrir que ele fazia bullying contra colegas de classe com necessidades especiais na época da escola.

Já o diretor do evento, Kentaro Kobayashi, pediu demissão após as polêmicas envolvendo as suas piadas sobre o Holoausto virem à tona. O anuncio foi feita nesta quarta-feira por Seiko Hashimoto, presidente do Comitê Organizador de Tóquio 2020.

“Kobayashi disse que, no passado, fez coisas não apropriadas na época. Em seu pedido de demissão, ele disse: “De fato quando eu olho pra essa situação eu compreendo que não tenha feito rir muita gente fiz troça de fatos históricos. Hoje, sei que devo apresentar minhas desculpas, muitas pessoas se sentiram incomodadas.” Ele pediu demissão, e aceitamos esse pedido”, disse Seiko Hashimoto.

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