Cidade sul-mato-grossense pede socorro para enfrentar incêndios no Pantanal

Corpo de macaco bugio carbonizado por um incêndio florestal que atingiu a fazenda Santa Tereza, na região da Serra do Amolar, no Pantanal do Mato Grosso do Sul (Lalo de Almeida/Folhapress)

Com informações da Folhapress

RIO DE JANEIRO (RJ) – A prefeitura de Corumbá (MS) pediu, neste sábado, 21, ajuda dos governos estadual e federal para enfrentar incêndios que ameaçam a cidade, localizada no Pantanal. Focos de incêndio se espalham por outras partes do bioma, ameaçando também a cidade de Porto Murtinho.

“Pela legislação, a preservação do Pantanal é atribuição do estado e da União, mas não podemos e não vamos ficar de braços cruzados esperando uma solução. Precisamos de novo da união de todos, inclusive dos nossos deputados estaduais, para evitar uma tragédia ainda maior na nossa natureza”, escreveu o prefeito Marcelo Iunes (PSDB/MS).

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O fogo começou perto do porto da cidade. Imagens em redes sociais mostram muita fumaça e chamas se aproximando de uma área residencial. “O fogo no Pantanal chegando aqui na minha cidade Nova Corumbá. Assustador um trem desses”, escreveu um internauta.

A prefeitura diz que vinha alertando o governo do estado e a bancada federal sobre o risco de repetição dos incêndios que devastaram o Pantanal, em 2020. Além disso, critica a falta de uma equipe permanente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na cidade.

“Já cobrei isso vários vezes e volto a repetir: o Ibama precisa ficar aqui em Corumbá, pois eles possuem helicópteros e aviões preparados para essas situações. Os homens do Corpo de Bombeiros e os brigadistas do PrevFogo desempenham um excelente trabalho, mas sozinhos eles não conseguem dar conta de tantos focos de incêndio nessa gigante área do Pantanal”, afirmou o prefeito.

Em redes sociais, o governo do estado disse, na sexta-feira, 20, que o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar Ambiental estão investigando a origem de incêndios que destruíram oito pontes de madeira em Corumbá e Porto Murtinho. “Infelizmente, há indícios de ação (des)humana”, escreveu o governo sul-mato-grossense.

De acordo com os bombeiros, o combate ao incêndio em Corumbá conta com apoio aéreo. Em Porto Murtinho, há uma força tarefa para o controle de focos de incêndio com mais de dez viaturas e mais de 50 homens. A operação, chamada Portal do Pantanal, começou neste sábado, 21.

Brigadistas do Piauí, do Prevfogo do Ibama, observam foco de incêndio na fazenda Santa Tereza (Lalo de Almeida/Folhapress)

No ano passado, o Pantanal foi castigado por incêndios de grandes proporções. Do início de 2020 até novembro do mesmo ano, 30% do bioma havia sido atingido por queimadas. Os dados são da ONG ICV (Instituto Centro de Vida).

Brigadistas do Piauí, do Prevfogo do Ibama, caminham em meio à poeira na fazenda Santa Tereza, na região da Serra do Amolar; cerca de 60% da fazenda foi consumida pelo fogo (Lalo de Almeida/Folhapress)

A instituição também avaliou que o fogo devastou 85% do Parque Estadual Encontro das Águas (MT), considerado um dos maiores refúgios de onça-pintada do mundo. Na ocasião, imagens de animais carbonizados ou agonizando em meio às chamas ganharam repercussão mundial.

O presidente Bolsonaro, porém, minimizou o desastre ambiental. Em setembro, o mandatário afirmou que as críticas ao governo brasileiro em relação às queimadas na Amazônia e no Pantanal eram desproporcionais.

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