Com baixa adesão à imunização, Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite vai até sexta-feira em Manaus

A única forma de se proteger contra o vírus é por meio da vacinação (Divulgação/Semsa)
Karol Rocha – Da Revista Cenarium

MANAUS – Segue até esta sexta-feira, 30, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação em Manaus. Até a última segunda-feira, 26, a capital tinha 50,24% de cobertura e a meta, conforme a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), é alcançar 95% do total de 141.140 crianças.

A campanha tem o objetivo de intensificar a imunização de crianças e adolescentes de até 14 anos, diante da baixa cobertura vacinal registrada em todo o País. A médica infectologista Ana Galdina explica que a baixa adesão à vacina de poliomielite preocupa todos os profissionais de saúde. E a única forma de se proteger contra o vírus é por meio da vacinação.

“Pra gente que é da área da infectologia, nos causa muito espanto nós termos que levantar essa bandeira de algo que estava solidificado no Brasil. A sociedade brasileira adere muito à questão de vacinas e, de uns anos para cá, nós vemos que vem se perdendo essa cobertura de vacinação e isso é muito preocupante, principalmente, da poliomielite”, disse ela.

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A poliomielite, comumente chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença viral altamente infecciosa que afeta, principalmente, crianças menores de 5 anos. O vírus é transmitido de pessoa para pessoa, disseminado, principalmente, pela via fecal-oral. Também pode haver transmissão por meio de gotículas de secreções da garganta durante a fala, tosse ou espirro.

“Ele é um vírus de trato gastrointestinal, então, ele mora lá no intestino da gente, por isso a importância da vacina ser oral, porque ela neutraliza os vírus do trato gastrointestinal. Cerca de 2% podem causar complicações na medula e, realmente, a criança pode ter a diminuição da força muscular e de membros, inclusive, pode avançar para complicações maiores como o óbito mesmo. E ela é uma doença 100% evitável pela vacinação”, informou a especialista.

O Programa Nacional de Imunização (PNI) institui que a vacinação contra a poliomielite deve iniciar a partir dos 2 meses de vida, com mais duas doses aos 4 e 6 meses, além dos reforços entre 15 e 18 meses e aos 5 anos. “Quando a gente vacina essas crianças, elas eliminam parte dessas vacinas nas fezes, então, o ato de vacinar as crianças também protege o ambiente, uma vez que elas eliminam nas fezes parte dessa vacina”, reforçou a médica infectologista, que não destaca os riscos da doença retornar ao Brasil.

“A gente tem casos de poliomielite nos Estados Unidos, Venezuela e, com essa globalização, há, sim, riscos do vírus voltar a circular no Brasil. A única forma de barrarmos isso é com a vacinação”, finalizou.

Na sala de vacina, os usuários precisam apresentar documento oficial de identificação e a caderneta da criança (Divulgação/Semsa)

Campanha Nacional de Imunização

Conforme dados da Gerência de Imunização da Semsa, foram aplicadas, até a última sexta-feira, 23, 70.910 doses contra a poliomielite em crianças de 1 ano a menores de 4 anos, que fazem parte do público-alvo da mobilização. A meta da cobertura, que, atualmente, encontra-se em 50,24%, é alcançar 95% do total de 141.140 crianças nessa faixa etária.

“A baixa adesão dos pais e responsáveis na vacinação contra a poliomielite nos preocupa muito, visto que o vírus, mesmo erradicado do País, está circulando em outras partes do mundo, e a qualquer momento pode, sim, ser trazido para cá. Esse vírus é o causador da paralisia infantil, que pode deixar sequelas graves por toda a vida, e a única forma de proteção é com o esquema vacinal completo”, explicou a secretária da Semsa e médica especialista em Medicina de Família e Comunidade, Shádia Fraxe.

Os últimos casos de poliomielite registrados no Amazonas foram em 1988, com quatro casos confirmados, sendo dois em Manaus, conforme o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.

Na sala de vacina, os usuários precisam apresentar documento oficial de identificação e a caderneta da criança. A lista completa com endereços e horários, sendo que parte deles opera à noite e aos sábados, pode ser conferida no site da Semsa (semsa.manaus.am.gov.br) ou diretamente no link bit.ly/salasdevacinamanaus.

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