Com mediação do Egito, Israel e Jihad Islâmica anunciam acordo para cessar-fogo em Gaza

Parentes de palestino morto durante a noite no campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, participam de seu funeral Mahmud (HAMS / AFP)
Com informações do Infoglobo

MANAUS – Com mediação do Egito, Israel e a Jihad Islâmica chegaram a um acordo para pôr fim às hostilidades na Faixa de Gaza, onde o número de mortos subiu neste domingo para 41, incluindo 15 crianças e quatro mulheres. O cessar-fogo, que começará a valer ainda neste domingo, vem no terceiro dia de ataques israelenses contra o território palestino, que também deixou 311 feridos.

Negociada com a intermediação do governo egípcio, a trégua deve começar a valer às 23h30 (17h30, hora do Brasil), informa a imprensa israelense. De acordo com Muhammad al-Hindi, chefe político da Jihad Islâmica, a proposta inclui um compromisso de Cairo a trabalhar pela libertação de dois integrantes importantes do movimento palestino da prisão em Israel.

“Há pouco tempo firmamos um acordo de trégua egípcio, que inclui o compromisso do Egito de atuar pela liberação dos prisioneiros (Basem) al-Saadi e (Khalil) Awawdeh”, disse al-Hindi em comunicado.

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O anúncio ocorre um dia após de Tel Aviv ter anunciado a “neutralização” da cúpula militar da Jihad Islâmica na Faixa de Gaza, com o major general Oded Basyuk, chefe do Diretório de Operações das Forças de Defesa israelenses, dizendo que “todas as principais autoridades de segurança da Jihad Islâmica em Gaza foram assassinadas”.

Pessoas correm para se proteger durante o bombardeio aéreo israelense na cidade de Gaza  — Foto: ANAS BABA / AFP
Pessoas correm para se proteger durante o bombardeio aéreo israelense na cidade de Gaza — Foto: ANAS BABA / AFP

Na sexta-feira, foi morto Tayseer al-Jabari, chefe do braço militar da organização no norte do enclave, enquanto no sábado foi morto Khalid Mansour, chefe do braço militar no sul de Gaza.

Das 15 crianças mortas, cinco faleceram no sábado em Jabalia, no norte de Gaza, mas Israel negou responsabilidade, apontando como causa um disparo fracassado de foguete da Jihad Islâmica, que teria caído no território antes de atravessar para Israel. Outras quatro, afirma o movimento islâmico Hamas, morreram neste domingo.

Segundo maior grupo militante em atuação em Gaza e considerado terrorista pelos EUA e a União Europeia, a Jihad Islâmica geralmente atua de forma independente do Hamas, que controla Gaza desde 2007.

Segundo a al-Jazeera, o acordo incluirá concessões israelenses para aliviar a escassez de combustível em Gaza. Na terça, Israel fechou as passagens para mercadorias e pessoas com o enclave por temer represálias após a detenção de Basem Saadi, um líder do grupo armado palestino na Cisjordânia, território palestino que ocupa desde 1967.

Os bloqueios reduziram as entregas de diesel necessárias para abastecer a única central de energia elétrica do território, que foi obrigada a fechar no sábado por falta de combustível, o que “agravará a situação humanitária”, disse a empresa.

De acordo com o Ministério da Saúde palestino, a falta de energia repercutirá na capacidade de fornecer serviços médicos nos hospitais, que já sofram com falta de equipamentos e remédios.

Israel disse que os bombardeios contra Gaza são uma ação preventiva para evitar um ataque iminente contra civis israelenses. Em resposta, a Jihad Islâmica lançou até sábado ao menos 350 foguetes. Destes, 227 cruzaram em direção ao território israelense, enquanto 94 caíram dentro do próprio enclave, 167 foram interceptados pelo sistema de defesa antiaérea Domo e Ferro e 29 caíram no mar.

O Hamas, que enfrentou Israel em quatro guerras desde que tomou o poder, permanece à margem dos confrontos, a pior escalada de violência é a pior desde um conflito de 11 dias em maio do ano passado, que deixou 260 mortos no lado palestino, incluindo combatentes, e 14 mortos em Israel, incluindo um soldado.

O movimento islâmico enfrenta pressões para melhorar as condições econômicas do território de 362 km² que, sob bloqueio desde 2007, tem níveis elevados de desemprego e pobreza entre seus 2,3 milhões de pessoas.

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