Com receio da nova variante Ômicron, 21 capitais cancelam festas de Réveillon no País


03 de dezembro de 2021
Com receio da nova variante Ômicron, 21 capitais cancelam festas de Réveillon no País
Tradicional Réveillon no Rio reúne multidão em Copacabana (Gabriel Monteiro/ Agência O Globo)

Com informações do Infoglobo

SÃO PAULO – Ainda que admitam os índices seguros de vacinação e de casos e hospitalizações por Covid-19 atualmente, os prefeitos de 21 capitais já anunciaram que não realizarão eventos de Réveillon. O temor com a nova variante Ômicron e a incerteza sobre o cenário epidemiológico até o fim do mês motivou prefeituras que haviam programado a festa a rever a decisão e reforçou a determinação dos municípios que já não planejavam uma celebração.

Na maioria dos casos, no entanto, os anúncios não foram acompanhados de novas medidas restritivas, e festas particulares continuam permitidas, geralmente com exigência de comprovação da vacina. Especialistas destacam que o cenário, hoje, favoreceria os eventos de virada do ano, mas avaliam que o cenário internacional justifica a prudência e os cancelamentos.

A prefeitura de São Paulo confirmou ontem o cancelamento da festa de Réveillon na Avenida Paulista, depois que o governo do Estado confirmou ontem o terceiro caso da nova cepa do coronavírus em um paciente no Brasil: um homem de 29 anos que desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos no sábado vindo da Etiópia.

A capital paulista também vai manter a exigência de uso de máscaras em todos os ambientes, incluindo vias públicas e parques. Mas restrições de ocupação, horário e distanciamento em locais fechados continuam valendo. O passaporte da vacina continua adotado para eventos que prevejam 500 pessoas ou mais.

“Não basta olhar para o panorama de hoje. É preciso fazer projeções, o que é complicado com a Covid-19. É cada vez mais raro ter um caso grave na cidade. O que protege é a alta cobertura vacinal, mas se tiver uma comprovação científica de que a nova variante a ultrapassa, a gente perde nossa principal barreira”, diz Daniel Soranz, secretário municipal de Saúde do Rio.

O governo do estado também estuda e debate internamente qual será a orientação a ser passada aos 92 municípios do Rio. Por enquanto, o secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, prefere esperar, ao contrário do comitê científico que o assessora e já recomendou na quarta-feira cancelar o evento.

“Qualquer tomada de decisão em relação a Réveillon depende da caracterização do comportamento da variante. É importante cautela e avaliar o cenário epidemiológico dia a dia. Por enquanto, as decisões serão postergadas”, diz Chieppe.

Coordenador do Laboratório de Virologia da UFRJ e integrante do comitê científico do Estado do Rio, Amílcar Tanuri considera que a incerteza é muito alta para a realização da festa.

“Se o Réveillon fosse amanhã, estaria tranquilo, mas não sabemos como estará o cenário daqui a 20 ou 30 dias. Espero que esteja igual hoje, mas sabemos que qualquer variante nova tem chance de causar aumento de casos”, explicou Tanuri, que destacou a falta de condições para se criar mecanismos de controle de público num evento como o Réveillon de Copacabana. “Não teria nem como cobrar máscara, a situação é bem complexa. O ideal seria termos mais 15 dias para aguardar o cenário, mas ficaria muito em cima para a montagem do evento”, relatou.

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