Conceição Evaristo é eleita imortal da Academia Mineira de Letras

A escritora Conceição Evaristo (Reprodução/Redes Sociais)
Da Revista Cenarium*

BELO HORIZONTE (MG) – A escritora Conceição Evaristo, 77, foi eleita na quinta-feira, 15, membro da Academia Mineira de Letras, na cadeira número 40, já ocupada por Afonso Pena Júnior e por Maria José de Queiroz, morta em novembro de 2023.

Evaristo recebeu 30 votos, entre 34 possíveis, em disputa que envolveu outros cinco candidatos. A cadeira da escritora tem com patrono Visconde de Caeté.

A escritora Conceição Evaristo (Lucas Seixas/Folhapress)

“A chegada de Conceição Evaristo à Academia Mineira de Letras — a par do reconhecimento de sua trajetória como professora, romancista e poeta, com justiça celebrada no Brasil e no exterior — tem também o sentido de impregnar esta casa com suas qualidades e história de vida”, afirmou em nota o presidente da Academia Mineira de Letras, Jacyntho Lins Brandão.

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Em 2018, Evaristo se candidatou a uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, mas recebeu apenas um voto, perdendo para o cineasta Cacá Diegues.

Ficcionista e ensaísta, a escritora teve sua primeira publicação lançada em 1990, na série Cadernos Negros, antologia coordenada pelo grupo Quilombhoje, coletivo de escritores afro-brasileiros de São Paulo.

A escritora Conceição Evaristo inaugurou no dia 20 de julho a Casa Escrevivência, no Beco João Inácio, próximo à praça Mauá, no centro do Rio de Janeiro
A escritora Conceição Evaristo inaugurou no dia 20 de julho a Casa Escrevivência, no Beco João Inácio, próximo à Praça Mauá, no centro do Rio de Janeiro (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Suas primeiras obras individuais, “Ponciá Vicêncio” (2003) e “Becos da Memória” (2006) foram publicadas pela Mazza Edições; sendo seguidas por “Poemas da Recordação e Outros Movimentos” (2008) e “Insubmissas Lágrimas de Mulheres” (2011), ambas pela Editora Nandyala. As duas são editoras mineiras sediadas em Belo Horizonte.

Maria da Conceição Evaristo nasceu na favela do Pindura Saia, na região centro-sul da capital mineira, em 29 de novembro de 1946.

As obras mais recentes são “Canção para Ninar Menino Grande”, pela editora Pallas, e “Macabéa: Flor de Mulungu”, pela Oficina Raquel.

Sua produção, que envolve poemas, contos, romances e ensaios, em grande parte, está traduzida para o inglês, francês, árabe, espanhol, eslovaco e italiano.

Em 2015, a escritora recebeu o Prêmio Jabuti na categoria contos e crônicas pelo livro “Olhos D’água”. Em 2017, recebeu o Prêmio Cláudia na categoria Cultura; já em 2018, o Prêmio Revista Bravo na categoria Destaque, o Prêmio do Governo de Minas Gerais pelo conjunto de sua obra, o Prêmio Nicolás Guillén de Literatura pela Caribbean Philosophical Association e o Prêmio Mestre das Periferias pelo Instituto Maria e João Aleixo.

Em 2019, foi a grande homenageada do 61° Prêmio Jabuti como personalidade literária. Em 2023, foi agraciada com o Prêmio Juca Pato como Intelectual do Ano e laureada com o prêmio Elo no Festival Internacional das Artes de Língua Portuguesa.

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(*) Com informações da Folhapress
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