Conheça Dorothy Stang, missionária católica morta há 19 anos no interior do Pará


12 de fevereiro de 2024
Conheça Dorothy Stang, missionária católica morta há 19 anos no interior do Pará
Irmã Dorothy Stang (Reprodução)
Da Revista Cenarium*

MANAUS (AM) – Neste dia 12 de fevereiro, completam 19 anos que a Irmã Dorothy Stang foi assassinada por pistoleiros na cidade de Anapu, Estado do Pará. Dorothy era uma religiosa estadunidense, naturalizada brasileira, que pertencia à Congregação Notre Dame de Namur.

A missionária Dorothy foi assassinada no Pará, em 2005 (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Dorothy chegou ao Brasil na década de 1966, na cidade de Coroatá, Estado do Maranhão, depois seguiu sua missão no Pará, mais precisamente em Anapu – Paróquia de Santa Luzia, na época, Prelazia do Xingu. Desde a sua chegada na Amazônia, a religiosa se preocupou em defender o direito dos pequenos agricultores familiares. Os projetos criados por Stang visavam a geração de emprego e renda e atenuação de conflitos agrários.

Atuação de Dorothy Stang se intensificou em 1997, quando decidiu organizar politicamente pequenos agricultores em assentamentos para obterem a posse de duas áreas ocupadas por grileiros.

Durante o período militar, na região de Anapu, pequenos agricultores foram desconsiderados na partilha de terras públicas. A ditadura privilegiou fazendeiros e empresários madeireiros que tinham que manter as terras produtivas em troca da titulação do local.

A iniciativa ficou conhecida como Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PSD). Na época, Dorothy foi uma das primeiras pessoas a defender o uso de terras públicas para a reforma agrária. Ainda em 2002, o governo federal chegou a reconhecer direitos de pequenos agricultores, oficializando dois PDS´s na região.

Em ambos, cada família tinha 20 hectares de terra e o restante deveria ser usado coletivamente para manutenção da mata. Pecuaristas ignoraram a iniciativa e se mantiveram nas terras, inclusive ameaçando as famílias assentadas.

Então, no dia 12 de fevereiro de 2005, aos 73 anos, a irmã foi executada com seis tiros num ramal dentro do PDS Esperança, que ela ajudou a fundar. Após a morte de Dorothy, o assentamento virou cenário de faroeste, com pressões, ameaças públicas e desmatamento ilegal.

Leia mais: 17 anos sem Irmã Dorothy: ambientalistas questionam violência contra quem defende a Amazônia
(*) Com informações da CNBB e Folha de SP

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