Conheça Dorothy Stang, missionária católica morta há 19 anos no interior do Pará

Irmã Dorothy Stang (Reprodução)
Da Revista Cenarium*

MANAUS (AM) – Neste dia 12 de fevereiro, completam 19 anos que a Irmã Dorothy Stang foi assassinada por pistoleiros na cidade de Anapu, Estado do Pará. Dorothy era uma religiosa estadunidense, naturalizada brasileira, que pertencia à Congregação Notre Dame de Namur.

A missionária Dorothy foi assassinada no Pará, em 2005 (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Dorothy chegou ao Brasil na década de 1966, na cidade de Coroatá, Estado do Maranhão, depois seguiu sua missão no Pará, mais precisamente em Anapu – Paróquia de Santa Luzia, na época, Prelazia do Xingu. Desde a sua chegada na Amazônia, a religiosa se preocupou em defender o direito dos pequenos agricultores familiares. Os projetos criados por Stang visavam a geração de emprego e renda e atenuação de conflitos agrários.

Atuação de Dorothy Stang se intensificou em 1997, quando decidiu organizar politicamente pequenos agricultores em assentamentos para obterem a posse de duas áreas ocupadas por grileiros.

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Durante o período militar, na região de Anapu, pequenos agricultores foram desconsiderados na partilha de terras públicas. A ditadura privilegiou fazendeiros e empresários madeireiros que tinham que manter as terras produtivas em troca da titulação do local.

A iniciativa ficou conhecida como Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PSD). Na época, Dorothy foi uma das primeiras pessoas a defender o uso de terras públicas para a reforma agrária. Ainda em 2002, o governo federal chegou a reconhecer direitos de pequenos agricultores, oficializando dois PDS´s na região.

Em ambos, cada família tinha 20 hectares de terra e o restante deveria ser usado coletivamente para manutenção da mata. Pecuaristas ignoraram a iniciativa e se mantiveram nas terras, inclusive ameaçando as famílias assentadas.

Então, no dia 12 de fevereiro de 2005, aos 73 anos, a irmã foi executada com seis tiros num ramal dentro do PDS Esperança, que ela ajudou a fundar. Após a morte de Dorothy, o assentamento virou cenário de faroeste, com pressões, ameaças públicas e desmatamento ilegal.

Leia mais: 17 anos sem Irmã Dorothy: ambientalistas questionam violência contra quem defende a Amazônia
(*) Com informações da CNBB e Folha de SP
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