Conselho de administração ignora desejo do governo e diretor de exploração assume chefia da Petrobras

O atual diretor de exploração e produção da Petrobras, Fernando Borges, assumirá a presidência interinamente (Foto: Agência Petrobras)
Com informações da Folha de S.Paulo

RIO DE JANEIRO – A Petrobras informou que o atual diretor de exploração e produção da companhia, Fernando Borges, assumirá a presidência interinamente para substituir José Mauro Coelho, que renunciou ao cargo nesta segunda-feira (20).

O substituto indicado pelo governo, Caio Paes de Andrade, ainda precisa ser avaliado por comitê interno que analisa as nomeações na estatal e ter seu nome referendado em assembleia de acionistas, cuja data ainda não foi agendada.

Coelho já havia sido demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), mas aguardava assembleia de acionistas referendar seu substituto. Nesta segunda, após forte pressão do governo e aliados, decidiu desistir. ​

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José Mauro Ferreira Coelho, presidente da Petrobrás – Jefferson Rudy – 7.out.2019/Agência Senado

Borges é empregado da Petrobras há 38 anos, com carreira construída na área de exploração e produção. Foi gerente executivo do campo de Libra, maior descoberta de petróleo em águas profundas do mundo. Foi indicado à diretoria por Joaquim Silva e Luna, segundo presidente da estatal no governo Bolsonaro.

Em nota, a Petrobras diz que ele fica no cargo “até a eleição e posse de novo presidente nos termos do artigo 20 do estatuto social”. Esse artigo diz que o presidente da empresa tem que ser membro de seu conselho de administração.

Assim, o substituto de Borges precisa antes ser nomeado ao colegiado. O governo tenta uma manobra para aprovar a nomeação de Paes de Andrade antes da realização da assembleia que vai analisar a renovação do conselho.

A lista com os novos conselheiros, que inclui o nome do novo presidente, foi enviada à estatal no último dia 9 e traz, em sua maioria, ocupantes de cargos públicos, em um esforço do governo para ter um colegiado mais alinhado.

Algumas das indicações são questionadas por acionistas minoritários por não cumprirem com as exigências estabelecidas pela Lei das Estatais. É o caso de Paes de Andrade, que não tem a experiência requerida no setor de petróleo ou em empresas do porte da Petrobras.

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