Consumo de tabaco e álcool reduz expectativa de vida de pessoas com hábitos noturnos

Estudo aponta que fumar e beber diminui a expectativa de vida de pessoas com hábitos noturnos (Adobe Stock)
Da Revista Cenarium*

MANAUS – Os notívagos – pessoas que preferem a noite ou têm hábitos noturnos – têm, em geral, a mesma expectativa de vida que os madrugadores, exceto se bebem e fumam, de acordo com um estudo publicado na sexta-feira, 16.

O estudo foi realizado no Reino Unido em 2018, após entrevista com meio milhão de pessoas entre 38 e 73 anos.

Um trabalho anterior indicava que quem ia dormir tarde tinha 10% mais chances de morrer, qualquer que fosse a causa, do que quem acordava cedo. Agora, outro grupo de pesquisadores, que publica seus resultados na revista especializada Chronobiology International, dedicou-se a entender a relação entre álcool ou cigarro e essa vida noturna.

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O estudo se baseia em uma longa pesquisa iniciada em 1981 na Finlândia, onde o regime de vida de 24 mil gêmeos do mesmo sexo começou a ser monitorado.

Um terço foi definido como pessoas com tendência à vida noturna e 10%, como totalmente notívagos. Os demais se declararam matutinos.

Quase 40 anos depois, em 2018, os cientistas retomaram a análise. Mais de 8.700 gêmeos haviam falecido e, a partir dos dados, os pesquisadores descobriram que os gêmeos mais noturnos tinham uma taxa de mortalidade 9% maior. Notívagos tendem a beber e fumar mais do que outros.

A diferença se deve “principalmente ao cigarro e ao álcool”, aponta a pesquisa.

Para o principal autor do estudo, Christer Hublin, do Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional, “as pessoas que são realmente noturnas devem refletir sobre seu consumo de álcool e tabaco, se forem consumidores”.

A hora em que os indivíduos vão para a cama (seu “cronotipo”) tem “pouco ou nenhum efeito” sobre sua taxa de mortalidade, quando não são adicionados os fatores agravantes. Para Jeevan Fernando, especialista da Universidade de Cambridge, o estudo é sólido, embora tenha limites.

O fato de ter começado em 1981 com uma simples pergunta aos participantes, sobre se eram madrugadores ou notívagos, é “insatisfatório, porque não inclui nenhuma informação objetiva”.

O estudo também não inclui outros produtos, além de álcool e tabaco, destacou Jeevan Fernando.

(*) Com informações da Folhapress

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