Corpo de mulher indígena Sateré-Mawé é encontrado no Rio Negro
28 de dezembro de 2023

Filipe Távora – Da Revista Cenarium Amazônia
MANAUS (AM) – O corpo da estudante de Letras Luna Lorena Silva Santos, 21, do povo Sateré-Mawé, foi encontrado no bairro Santo Antônio, situado na Zona Oeste de Manaus, na manhã de terça-feira, 26. A suspeita da Associação das Mulheres Indígenas Sateré-Mawé (AMISM) é de feminicídio.
Conforme nota publicada pela AMISM, o corpo da jovem estava boiando no Rio Negro quando foi identificado. A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) vai investigar o caso. Procurada pela REVISTA CENARIUM AMAZÔNIA, a instituição não respondeu qual linha de investigação vai adotar na apuração dos fatos.
“É com grande pesar que informamos que o corpo encontrado boiando com marcas de violência é de uma mulher indígena. Luna Sateré-Mawé era estudante indígena da UEA e Associada à AMISM. Até quando vamos presenciar a violência contra mulheres e meninas indígenas?”, questionou pelas redes sociais a associação.
O feminicídio, segundo a Lei N° 13.104/2015, é um termo qualificador do crime de homicídio que envolva violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Enquanto um homicídio comum não leva em consideração o gênero da vítima, o feminicídio é a morte oriunda do fato de a pessoa ser mulher.
Um dos familiares da jovem, Everton Luiz Amaral, lamentou a perda nas redes sociais. O parente afirmou que interromperam a vida de uma jovem cheia de lutas e sonhos. “Uma vida cheia de lutas e sonhos interrompida. Um final ainda misterioso sob a ponte Rio Negro. Não sabemos se foi suicídio ou feminicídio. Estamos com os corações partidos”, lamentou.
A Universidade do Estado do Amazonas (UEA), onde Luna estudava, também emitiu nota. De acordo com a instituição, Luna era aluna do curso de Letras da Escola Normal Superior da UEA, localizada na Avenida Djalma Batista em Manaus.
“A UEA solidariza-se com a família e amigos da aluna e lamenta essa perda irreparável. Que Deus conforte seus corações e dê forças para transformar toda dor em fé e esperança”, afirmou a universidade por meio de nota.
