Datafolha aponta que Lula tem 48% e Bolsonaro 27% no primeiro turno

O cenário de polarização entre os dois antagonistas caminha para a cristalização (Reprodução)
Com informações da Folhapress

SÃO PAULO – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 21 pontos percentuais de vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e lidera a disputa presidencial com 48% das intenções de voto no primeiro turno, ante 27% do principal adversário, segundo nova rodada da pesquisa Datafolha.

O cenário de polarização entre os dois antagonistas caminha para a cristalização, com o terceiro colocado, Ciro Gomes (PDT), aparecendo bem atrás, com 7%. Outros postulantes atingiram, no máximo, 2%. Votos brancos ou nulos somam 7%, e 4% dos eleitores responderam não saber em quem votar.

A pesquisa foi feita com 2.556 eleitores acima dos 16 anos, em 181 cidades de todo o País, na quarta-feira, 25, e quinta-feira, 26. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

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O levantamento foi contratado pela Folha e está registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número BR-05166/2022.

Bolsonaro tinha conquistado certo fôlego no levantamento anterior e chegado a 26%, mas viu aumentar, agora, sua distância para o petista, que antes era de 17 pontos. Lula pontuou 43% na ocasião.

Segundo o instituto, a nova pesquisa não é diretamente comparável à anterior, feita em 22 e 23 de março, por aplicar cenários distintos, excluindo pré-candidatos que deixaram a disputa e adicionando nomes que passaram a ser apresentados pelos partidos.

As principais alterações foram as saídas do ex-juiz Sergio Moro (que migrou do Podemos para o União Brasil) e do ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), que anunciou sua desistência na última segunda-feira, 23, após ficar isolado em seu partido.

Depois de Lula, Bolsonaro e Ciro, aparece um pelotão de dez candidatos com desempenho pífio: André Janones (Avante) e Simone Tebet (MDB) — a aposta do momento na chamada terceira via — registram 2%. Pablo Marçal (Pros) e Vera Lúcia (PSTU) têm 1%. E Felipe d’Avila (Novo), Sofia Manzano (PCB), Leonardo Péricles (UP), Eymael (DC), Luciano Bivar (União) e General Santos Cruz (Podemos) não pontuam.

O ex-presidente Lula cresceu na pesquisa espontânea, quando não são apresentados nomes dos candidatos, atingindo 38% (em março eram 30%). Bolsonaro tinha 23% em março e, agora, marca 22%.

O índice é o melhor obtido pelo petista desde o início da atual série histórica do Datafolha, em maio de 2021. Outros 2% dos entrevistados citaram, espontaneamente, Ciro, e 1% mencionou Tebet.

A taxa de indecisos na espontânea confirma a tendência de afunilamento rumo a um embate direto entre Lula e Bolsonaro: os que ainda não escolheram candidato somam 29%, menor índice da série para esse quesito, que vem em queda desde 2021 e havia registrado 32% em março.

Nos recortes feitos pelo Datafolha sobre as condições do entrevistado, Lula vê seu patamar de 48% subir ou oscilar para cima entre: mulheres (49%, ante 23% de Bolsonaro), eleitores com 16 a 24 anos (58% a 21%), pessoas com ensino fundamental (57% a 21%) e entrevistados com renda familiar de até dois salários (56% a 20%).

O petista também consolidou sua vantagem no Nordeste, onde crava 62%, ante 17% do atual mandatário. A diferença é grande também entre eleitores que se declaram pretos (57% a 23%), entre católicos (54% a 23%) e desempregados (57% a 16%).

O pagamento do Auxílio Brasil, nome atualizado do programa Bolsa Família, criado na gestão do PT, falhou, até o momento, como estratégia de Bolsonaro para colher dividendos eleitorais. Entre os que informaram receber o benefício, o presidente atinge 20% e o petista bate 59%.

Por outro lado, Bolsonaro supera o rival entre eleitores com renda familiar mensal superior a dez salários (42% a 31%) e entre empresários (56% a 23%). Entre evangélicos, o presidente fica numericamente à frente, dentro da margem de erro (39% a 36%). Os dois empatam no estrato que recebe de cinco a dez salários, com 37%.

Entre a pesquisa de março e a de agora, Lula lançou sua chapa com o ex-tucano Geraldo Alckmin (PSB), de candidato a vice, e adotou um ritmo mais intenso de campanha, acumulando escorregões em declarações que o obrigaram a fazer recuos, como a defesa do direito ao aborto.

Bolsonaro também intensificou atividades de cunho eleitoreiro, com viagens e o auxílio de próceres do Centrão, ao mesmo tempo em que voltou a atacar o Judiciário e a ameaçar a realização das eleições, levantando suspeitas infundadas sobre as urnas eletrônicas e insinuando que o pleito será conturbado.

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