Marcela Leiros – Da Revista Cenarium*
MANAUS (AM) – Como diz aquela máxima, o amor atravessa fronteiras e, às vezes, ganha o mundo. Prova disso são os casais indígenas que celebram diariamente, para milhares de seguidores, os sentimentos de carinho, parceria e compromisso. Neste Dia dos Namorados, a REVISTA CENARIUM traz três “pombinhos” que compartilham o amor nas redes.
A união do casal Tukumã Pataxó e Samela Sateré Mawé também uniu dois Estados e duas tradições. Ele, do povo Pataxó da Bahia. Ela, do povo Sateré Mawé, do Amazonas. Juntos, transformaram o amor em pessoa — o pequeno Wynoã Tukumãí — e encantam as redes sociais com o amor, companheirismo e a luta. Apenas no Instagram, o casal soma 419 mil seguidores.
À REVISTA CENARIUM, Tukumã afirmou que eles se conheceram em 2021, em uma mobilização em Brasília (DF). O maior desafio da relação foi a distância, mas, no final, deu tudo certo. O casal se uniu oficialmente ano passado, em uma cerimônia tradicional dos Pataxó, na Bahia.
“Nosso combinado, durante o período que estávamos namorando, era a gente poder se ver pelo menos uma vez ao mês. Ou no meu Estado, ou no Estado dela, ou em qualquer outra agenda que a gente fizesse em conjunto, mas a gente tinha que se ver pelo menos uma vez ao mês. E a gente conseguiu cumprir, por incrível que pareça“, compartilhou.
O casal Tukumã e Samela, com o pequeno Wynoã (Reprodução/Instagram @tukuma_pataxo)
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Gasodá Suruí e Maria Leonice
Outro casal que se uniu no amor e na luta, por um meio considerado não muito convencional há 14 anos, foi Gasodá Suruí e Maria Leonice, conhecida como Tori Tupari. Os dois se conheceram pela internet depois que a filha de Tori adicionou Gasodá como amigo no extinto site de relacionamentos Orkut.
Na época, ao site G1, Gasodá contou como as redes contribuírem para o relacionamento. “Eu conheço muitas pessoas, meus parentes, através da internet, porque a gente conversa sobre assuntos indígenas pelo MSN. E quando a gente acaba participando de um evento em que a gente se encontra, parece que já se conhece há bastante tempo“, afirmou.
Assim como Tukumã e Samela, o casal também compartilha o casamento de mais de uma década pelas redes sociais, principalmente o Instagram. “Minha guerreira. Minha companheira que a vida me deu. Já são 15 anos juntos nessa caminhada. Só tenho agradecer a Deus pelas benção em nossas vida. Te amo. Feliz dia dos Namorados“, celebrou Gadosá nesta quarta-feira, 12.
Gasodá e Maria se conheceram pela internet e estão juntos há 15 anos (Reprodução/Instagram @gasodapaiter)
Henrique Gil e Maira Gomez
A indígena amazonense Maira Gomez também conheceu o namorado, o carioca Henrique Gil, pela internet. Moradora de uma pequena comunidade indígena a 35 quilômetros de Manaus (AM), ela viralizou nas redes sociais ao mostrar cenas da vida de sua família e do relacionamento com 6,6 milhões de seguidores no TikTok, 1 milhão no Kwai e 562 mil no Instagram.
Ele se apaixonou pela influenciadora e resolveu largar a faculdade de Educação Física, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, para viver o romance com a influenciadora digital Maira Gomez aqui no Estado.
Apesar da mudança abrupta, a família do jovem deu apoio. Na comunidade, porém, ele precisou passar por todos os rituais, incluindo as 13 chicotadas, um rito de passagem para a fase adulta de acordo com a cultura local, para que o cacique permitisse o relacionamento.
“É um ritual muito bonito, onde o cacique abençoa a gente, faz uma reza, também tem uma dança muito bonita”, disse ele ao Portal Amazônia, no ano passado.
Maira e Henrique também se conheceram pela internet (Reprodução/Instagram @cunhaporanga_oficial)
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