Discurso golpista para manifestação de 7 de setembro será teste de força ou fraqueza de Bolsonaro


27 de julho de 2022
Presidente Jair Bolsonaro (Divulgação)
Presidente Jair Bolsonaro (Divulgação)

Foi ideia do próprio presidente Jair Bolsonaro usar seu discurso na convenção do PL para conclamar a população a participar de uma grande manifestação no dia 7 de setembro. Com isso, na avaliação de um interlocutor do presidente, Bolsonaro antecipou em 25 dias o dia da eleição. Essa estratégia foi considerada arriscada e deixa o presidente e seus apoiadores na obrigação de colocar nas ruas muito mais gente do que colocou no ano passado. Segundo essa fonte, se a manifestação deste 7 de setembro for igual a do ano passado, será ruim para o presidente porque não terá conseguido agregar mais apoiadores passado um ano.

Estratégia arriscada

Mas, se for maior, beleza. Mas é grande o risco de o tiro pode sair pela culatra. Apesar de haver quem considere que o presidente marcou um “plebiscito” para seu governo na antevéspera das eleições, há preocupações sobre qual será o seu resultado. Bolsonaro e seu entorno apostam no sucesso da estratégia. Mas há quem observe que este dia será um teste de força ou fraqueza de Bolsonaro.

Republicanos escanteado

Mesmo escanteando o Partido Republicanos do comando da campanha e a ex-ministra Damares da chapa do DF, Bolsonaro quer fazer acenos públicos de apoio ao partido. O primeiro deles é a sua presença, neste sábado, 30, na convenção nacional do Republicanos em São Paulo, quando o ex-ministro Tarcísio de Freitas será aclamado candidato ao governo do Estado. Será a oportunidade que o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, pretende ter para conversar com Bolsonaro, apresentar as suas queixas e manifestar suas mágoas. Bolsonaro, no entanto, tentará colocar panos quentes nas conversas no próximo fim de semana.

PT e o Auxílio de R$ 600

Deputados e senadores do PT discutem a ideia de aprovar na lei orçamentária de 2023 o valor de R$ 600 mensais para os beneficiários do Auxílio Brasil. A informação é do líder do partido na Comissão Mista de Orçamento, deputado Enio Verri (PT-PR). O ex-presidente Lula disse, em recente entrevista ao Correio Braziliense, que o benefício tem de ser mantido em R$ 600. O presidente Jair Bolsonaro prometeu no lançamento oficial de sua candidatura pelo PL que R$ 600 não ficariam restritos a este segundo semestre, de acordo com o aprovado pelo Congresso na Emenda Constitucional 123.

Fachin e a crise do MDB

Ao não acatar o pedido do senador Renan Calheiros (MDB-AL) para derrubar a convenção do MDB que, nesta quarta-feira, 27, deverá apontar Simone Tebet (MS) como pré-candidata à Presidência pela sigla, o ministro do STF, Edson Fachin, quis mandar dois recados ao mundo político. Que o Supremo Tribunal Federal pretende interferir menos nos assuntos do Congresso e, por consequência, nas decisões internas dos partidos. Além disso, melar a convenção do MDB ajudaria Lula. É uma tentativa de mostrar que os chefes do Judiciário não perseguem Jair Bolsonaro, e estão simplesmente atuando em cima de mal feitos, o que dificilmente irá convencer o núcleo duro do bolsonarismo.

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