Documentário retrata luta e resistência de comunidade contra hidrelétrica em MT


23 de junho de 2024
Documentário retrata luta e resistência de comunidade contra hidrelétrica em MT
Imagem aérea mostra região que seria atingida após a construção de uma usina hidrelétrica em Mato Grosso (Divulgação)
Davi Vittorazzi — Da Cenarium

CUIABÁ (MT) – O documentário “Arinos: Uma História Única de um Filme Repetido” mostra a luta de comunidades que vivem próximo ao rio Arinos, onde seria instalada a usina hidrelétrica de Castanheira, no noroeste de Mato Grosso. O filme narra a resistência de comunidades indígenas e rurais contra o projeto da construção. A produção é do Movimento dos Atingidos por Barragens de Mato Grosso (MAB/MT), Rede Juruena Vivo e o Coletivo Proteja. A obra completa será lançada em 2 de agosto.

Do passado à atualidade, o documentário apresenta o contexto atual de resistência e de relevância histórica da luta contra projetos hidrelétricos na região do Rio Arinos, na Bacia do Juruena, localizada no município de Juara. Situação semelhante ocorreu em 1983, quando uma união de 14 povos indígenas conseguiu impedir a construção de outro projeto de hidrelétrica na mesma região.

Um estudo de impacto da usina, publicado no ano passado, constatou a inviabilidade do projeto a partir de uma série de impactos socioecológicos que seriam provocados durante e após a construção da hidrelétrica. O projeto da usina foi arquivado. Assista a prévia do documentário:

O coordenador do MAB/MT e um dos produtores do documentário, Jefferson Nascimento frisa que tanto as mobilizações quanto as ameaças do passado persistem. “Mas também reforçam que é somente através da luta que conseguimos promover verdadeiras conquistas e evitar retrocessos“, diz o coordenador.

Segundo os organizadores, o produto é fruto esforços entre movimentos, organizações e as comunidades da região. O documentário vai ser será exibido em comunidades, universidades e escolas da região.

Das ameaças à vitória

O noroeste de Mato Grosso enfrenta ameaças como a mineração e projetos hidrelétricos desde os anos de 1970. O centro do conflito está na microbacia do rio Arinos. O projeto da Usina Hidrelétrica Castanheira pretendia alagar cerca de 10 mil hectares, gerando impacto direto aos indígenas Apiaká-Kayabi e Japuíra, além de várias comunidades locais.

Após uma grande mobilização, o Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou a retirada do projeto da Usina Hidrelétrica de Castanheira do Plano Decenal de Energia (PDE), durante o Acampamento Terra Livre (ATL), em 25 de abril deste ano.

Outras ameaças que ampliam os desafios para a conservação ambiental e a sobrevivência das comunidades locais são três Centrais Geradoras Hidrelétricas no córrego das Pedras, também previstas para construção.

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Editado por Jadson Lima

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